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Nossa sociedade, principalmente entre os jovens, adotou um padrão de beleza que impõe às pessoas estarem sempre saradas para se sentir bem. Isso pode ser um problema para pais de adolescentes.
As crianças pequenas estão expostas às “pessoas bonitas”, tanto que é normal agora para jovens do ensino médio e universitário levantar pesos e depilar seu corpo para se parecer com um modelo de revista. Até uma década atrás, esses rituais eram reservados para aqueles envolvidos em musculação e natação. Mas agora, a aparência é tão importante que as crianças querem músculos, só porque é o novo padrão.
É surpreendente saber o que está acontecendo em nossas escolas. O uso de esteroides anabolizantes está aumentando para níveis que nem sequer conhecemos entre estudantes do ensino médio e universitário. Alguns são atletas que sucumbem à pressão de fazer qualquer coisa para vencer, outros não são atletas, mas usam drogas apenas para ficar “bonitos”. Quem poderia imaginar que jovens adolescentes viciados em esteroides se tornaria o artigo de capa de revistas como a Veja ou a Newsweek, ou de programas como Fantástico ou Globo Repórter?
Esta é uma situação terrível que está crescendo fora de controle. As notícias frequentemente mostram figuras esportivas proeminentes e as equipes estão com problemas com os escândalos de esteroides. Os jovens raramente conhecem os efeitos colaterais e, como de costume, mesmo que o façam, eles acham que as coisas ruins nunca acontecerão com eles.
Desejar músculos para mais força e poder, superioridade atlética ou até mesmo um corpo sarado não é necessariamente anormal. No entanto, se o resultado final desejado for construído a partir da pressão para executar, uma distorção do que um corpo saudável é realmente, ou um desrespeito pela saúde pessoal, isso é um problema.
Tanto adolescentes como adultos estão usando esteroides anabólicos. Desde 1996, o uso juvenil aumentou 39% entre os estudantes do nível fundamental; 67% entre estudantes do ensino médio; e 84% entre os estudantes do último ano do ensino médio. Uma recente inspeção mostrou que 1 em cada 16 estudantes já usou anabolizantes esteroides. O uso está aumentando tanto entre as moças como entre os rapazes.
E quanto ao levantamento de pesos? Pode ser fácil pensar que quanto antes seu filho começar a levantar pesos, mais cedo ele poderá correr mais rápido, pular mais alto e jogar mais longe. Bem, pense novamente. Nenhuma das lojas infantis vende conjuntos de peso para bebês iniciantes em rosa e azul. Ao considerar a questão de quando seu filho pode começar a levantar pesos, existem várias questões que devem ser abordadas. Entre as mais importantes estão:
1- Idade
2- Nível de desenvolvimento emocional
3- Razão para o interesse
4- Nível de habilidade esportiva já alcançado
5- Risco de lesão
6- Disponibilidade de equipamento e supervisão adequada
7- Realidade de ganhar força (e tamanho)
8- Como o treinamento de força funciona em um corpo jovem
O exercício físico deve ser de leve a moderado. De forma geral, ele estimula o crescimento e deve ser incentivado. A atividade física extenuante, principalmente quando associada à restrição na dieta, afeta o crescimento, o desenvolvimento do adolescente na fase da puberdade, a função reprodutiva e a mineralização óssea. O treinamento de alto rendimento deveria acontecer somente para os adolescentes mais velhos, que já apresentam estágio de maturação óssea finalizado.
Quanto à prática de musculação por crianças e no início da adolescência, algumas pesquisas a consideram prejudicial. Outras, porém, sustentam que ela pode ser benéfica, desde que seja bem supervisionada. Aqueles que são contrários a este tipo de exercício alertam sobre o potencial risco de lesão da cartilagem de crescimento e de fechamento precoce dessas estruturas, como resultado de sobrecarga excessiva. Isto é particularmente importante em crianças com baixa estatura que, na tentativa de compensar a baixa altura com o aumento da massa muscular, podem prejudicar ainda mais seu potencial de crescimento.
O efeito benéfico e seguro da musculação em crianças se observa em programas experimentais que utilizam pesos com a supervisão de instrutores, com frequência de duas a três vezes por semana. Nesses casos, mesmo em pré-adolescentes, ocorre um aumento de força e resistência muscular, em resposta às adaptações neuromusculares; sem hipertrofia muscular, existe baixo risco de lesão e isso não afeta negativamente o crescimento.
Saiba mais:
Fonte: Sucesso Esportivo Rx! Prescrição da sua criança para a melhor experiência (Copyright © 2006 American Academy of Pediatrics)
Paul R. Stricker, MD, FAAP
https://www.endocrino.org.br/anabolizantes-esteroides-e-os-jovens/
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 21 de novembro de 2024