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Segundo a Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP), desde o final de setembro a cidade está com um pequeno surto de meningite meningocócica do tipo C. Isso ocorre em uma região bem delimitada e pequena, atingindo poucas pessoas e com pequenas chances de se espalhar. Mais uma vez, chamamos a atenção para a importância de ter a vacinação em dia, já que essa é uma doença muito grave e cuja a prevenção se dá com uma vacina do Programa Nacional de Imunização (PNI), só que nossas taxas estão muito abaixo do necessário para proteger a população.
Lembro-me bem do surto de meningite meningocócica quando era adolescente no início dos 1970, aqui na cidade São Paulo. Poucos anos depois, já como estudante de medicina, perdi a conta de quantas crianças atendi e colhi exame de liquor no Hospital Emílio Ribas.
Desde essa época, a meningite é classificada pelo Ministério da Saúde como uma doença endêmica no país, ou seja, ela se mantém presente e, normalmente, identificada em pequenos surtos que acabam sendo controlados por bloqueios locais e vacinação generalizada nas regiões onde aparecem, como está sendo feito pela Secretaria Municipal de Saúde na Vila Formosa neste momento. No caso da meningite do tipo C, segundo dados do Datasus, a cobertura vacinal atualmente está em 52% em âmbito nacional e em 42,5% na capital paulista. Em 2015, ambas estavam no nível de 98%, quando o desejável é que seja em torno de 95%.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente existem 12 sorogrupos identificados, entre eles os tipos A, B, C, W, X e Y. O mais frequente no país é o meningococo C ou meningite meningocócica do tipo C, justamente o que foi identificado no surto do bairro paulistano.
A vacina para esse sorogrupo da doença é disponibilizada pelo Sistema Universal de Saúde (SUS), dentro do PNI, para as crianças com três meses, depois outra dose aos cinco meses e mais um reforço aos 12 meses de idade. Além disso, ela é oferecida gratuitamente para adolescentes entre 11 e 14 anos em uma vacina quadrivalente: a ACWY, já a vacina contra a meningite B não é aplicada no SUS, mas é oferecida na rede privada.
A meningite é uma inflamação onde as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, são afetadas. Há vários tipos diferentes de meningites, quase todas com vacinas disponíveis e a transmissão pode ocorrer por meio de bactérias, fungos ou vírus.
Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, febre, náusea e vômito. Normalmente, a pessoa também apresenta uma dificuldade de mover o pescoço (há uma rigidez de nuca), levando a uma prostração. Pessoas com esses sintomas devem buscar imediatamente um hospital, pois a doença pode evoluir com rapidez, principalmente em crianças.
A Fundação José Luiz Egydio Setúbal colocou a baixa taxa de imunizações como um dos problemas a serem trabalhados nessa década de 2020/30 no Brasil. A cada surto de uma doença, como a que ocorre agora em São Paulo ou com o perigo de termos de volta a poliomielite, temos que chamar a atenção dos pais e cuidadores de crianças e adolescentes para que mantenham a carteira de vacinação atualizadas. Não há melhor forma de prevenção de doenças graves do que as vacinas. Se você tem filhos, netos ou sobrinhos, veja a carteira de vacinação deles e oriente os pais para que vacinem seus filhos.
Saiba mais:
https://www.youtube.com/playlist?list=PLdctaWFAO0WPdy-R2Vv60tP7mqpEyL03V
https://institutopensi.org.br/gonzalo-vecina-em-defesa-das-vacinas-e-da-puericultura/