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Enquanto atuava como pediatra, a altura dos filhos — principalmente dos meninos — era uma preocupação importante dos pais. Acredito que ainda seja, pois outro dia me perguntaram o que seria mais importante na determinação da altura de um indivíduo: os fatores ambientais ou os genéticos.
Ambos influenciam certamente. Trata-se do conceito de ecogenética e de epigenética. Ecogenética é a ciência que estuda a interação entre o meio ambiente e os genes, ou seja, como fatores ambientais podem desencadear doenças relacionadas a alterações genéticas. Epigenética é o estudo das mudanças na expressão gênica que não altera a sequência do DNA, mas pode ser herdada. Essas mudanças são causadas por influências externas, como: estresse, temperatura, dieta, drogas e toxinas, estilo de vida.
A realidade é que, as coisas que determinam a altura são bem complicadas. Acredita-se que mais de 200 regiões diferentes do DNA trabalham juntas para influenciar sua altura máxima possível. Condições genéticas como nanismo ou síndrome de Marfan são exceções a essa regra.
A razão pela qual digo “altura máxima possível” é porque os genes nos dizem o quão alto poderíamos crescer, mas é nosso ambiente que determina se atingiremos essa altura ou não. Dieta, doenças e até mesmo status socioeconômico podem influenciar o quão alto você cresce.
Então seu DNA define sua altura máxima possível, e fatores ambientais podem determinar o quão longe você chegará. Se seu DNA diz que você pode ter 1,80 m de altura, mas não come o suficiente enquanto cresce, você não chegará a 1,80 m.
E quanto à altura e etnia? Também podem influenciar? Bem, é importante lembrar que etnia é diferente de “raça”. Etnia é principalmente sobre cultura, enquanto raça tenta categorizar pessoas com base em características físicas. E nenhuma delas tem muito a ver com genética.
Os geneticistas olham para “populações genéticas”. Uma população genética é composta de pessoas que compartilham a mesma ancestralidade, geralmente de uma pequena área geográfica. E essas populações genéticas não se encaixam perfeitamente no que é tipicamente considerado uma “raça”.
Seu DNA é feito de um monte de seções menores conhecidas como genes. Cada gene tem as instruções para fazer um pequeno pedaço de você. Todos os humanos têm o mesmo conjunto de genes para torná-los humanos, mas eles vêm em versões diferentes. Por exemplo, todos têm genes para fazer globos oculares, porém algumas pessoas têm versões que fazem olhos azuis e outras têm versões para fazer olhos castanhos.
Cientistas acreditam que pelo menos 200 genes trabalham juntos para definir sua altura máxima possível. Cada um vem em versões diferentes. Sua altura final possível é uma espécie de soma de todas essas versões diferentes.
Pense em todas as maneiras pelas quais pessoas com ancestralidade semelhante podem compartilhar características parecidas, como cor de cabelo. Isso ocorre porque elas compartilham a mesma versão de certos genes. Isso significaria que pessoas com a mesma ancestralidade têm alturas máximas possíveis semelhantes.
Mas, francamente, não podemos ter certeza porque não conhecemos todos os genes que influenciam a altura. No entanto, é importante lembrar que seus genes apenas definem sua altura máxima possível. Sua altura real é determinada pelo ambiente.
Um bom exemplo disso vem dos maias guatemaltecos. Após a guerra civil guatemalteca, muitos migraram para os Estados Unidos e tiveram filhos em seu novo ambiente. Trinta anos depois, as crianças maias nascidas nos EUA eram, em média, 15 cm mais altas do que as crianças maias (da mesma idade) nascidas na Guatemala.
Os maias nascidos nos EUA provavelmente comiam alimentos mais nutritivos, bebiam mais leite e consultavam médicos com mais regularidade do que os nascidos na Guatemala, e consequentemente isso influenciou na altura deles. Dieta, acesso a cuidados médicos e até mesmo status socioeconômico são determinantes do quão perto alguém chega de sua altura máxima possível.
No entanto, as crianças maias nascidas nos EUA ainda eram mais baixas do que a média das crianças americanas da mesma idade. Isso pode fazer você pensar que os maias têm genes que os tornam mais baixos, mas não podemos tirar essa conclusão.
https://www.thetech.org/ask-a-geneticist/
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