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Uma nova pesquisa sugere que as informações de saúde on-line podem influenciar se os pais confiam ou desconfiam de um diagnóstico feito pelo médico da criança, o que pode levar ao tratamento tardio.
O resumo do estudo “Paging Dr. Google: The Effects of Online Health Information on Parental Trust in Pediatrician’ Medical Diagnoses” foi apresentado no Moscone West Convention Center, em San Francisco.
Utilizando a plataforma de pesquisa online da Mechanical Turk, os pesquisadores recrutaram 1.374 pais participantes que foram apresentados com uma vinheta de uma criança que “teve uma erupção e piora da febre por 3 dias”. Os participantes, que tinham em média 34 anos de idade e tinham pelo menos uma criança com menos de 18 anos, foram então divididos em grupos.
No primeiro grupo, os participantes receberam informação rápida na internet descrevendo alguns sintomas de escarlatina, uma doença infecciosa ligada a Estreptococo na garganta que provoca erupção cutânea e febre. A menos que tratada com antibióticos, escarlatina pode desenvolver febre reumática e, em alguns casos, levar a danos cardíacos.
O segundo grupo de participantes recebeu informações rápidas listando sintomas selecionados da doença de Kawasaki, uma condição em que os vasos sanguíneos em todo o corpo se inflamam. Também é acompanhada por febre e erupções cutâneas. É necessário um tratamento imediato com fármacos anti-inflamatórios para ajudar a prevenir complicações potencialmente fatais, tais como aneurismas.
Um terceiro grupo de pais, o grupo de controle, não recebeu nenhuma captura de tela da Internet. Todos os participantes leram, então, que o médico havia diagnosticado a criança com escarlatina. Comparado ao grupo controle, em que 81,0% dos pais relataram confiar no médico, 90,5% dos pais que haviam recebido informações da internet sobre escarlatina relataram confiar no médico. Além disso, um número menor de pais respondeu que era provável que buscassem uma segunda opinião (21,4%), em comparação com o grupo controle (42,0%).
Por outro lado, apenas 61,3% dos participantes que haviam visto as imagens de tela listando erupções cutâneas e febre como sintomas da doença de Kawasaki relataram confiar no diagnóstico dos médicos, e 64,2% relataram que eles provavelmente buscariam uma segunda opinião.
A autora principal, Ruth Milanaik, da Faculdade de Medicina da Hofstra Northwell, disse que, embora existam muitas vantagens de ter informações médicas facilmente acessíveis na internet, as conclusões do estudo mostram que “a interpretação dos sintomas baseada na Internet pode comprometer a confiança entre médico e paciente”.
“A Internet é uma ferramenta de informação poderosa, mas é limitada pela sua incapacidade de raciocinar e pensar”, disse a Dra. Milanaik. “Simplesmente entrar em uma coleção de sintomas em um motor de busca pode não refletir a situação médica real. Esses diagnósticos gerados por computador podem enganar os pacientes ou pais e levá-los a questionar as habilidades dos médicos e procurar uma segunda opinião, retardando, assim, o tratamento.”
Este artigo relata uma situação muito comum hoje em dia, quando os pais procuram informações colocando os sintomas dos filhos em ferramentas de busca na internet. Nossa preocupação, como uma Fundação sem fins lucrativos, é a de levar boas informações de saúde infantil para diversos públicos, para isso contamos com nossa página de Facebook, este blog, o portal do Sabará Hospital Infantil e em dezenas de cursos para profissionais da saúde que realizamos por meio do Instituto Pensi. Fazemos também cursos para pais e leigos, tanto presenciais como por ensino à distância.
Saiba mais:
Fonte: “Paging Dr. Google: The Effects of Online Health Information on Parental Trust in Pediatrician’ Medical Diagnoses,” apresentado no “2017 Pediatric Academic Societies Meeting” no Moscone West Convention Center em San Francisco.
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 22 de outubro de 2024