PESQUISAR
Só quem já passou pela experiência de ter um filho doente, sobretudo internado com um quadro grave e ainda mais em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), pode entender essa frase escrita nas redes sociais pela jornalista Andréia Sadi.
Recentemente, ela publicou a foto do reencontro dos filhos gêmeos, Pedro e João, após Pedro passar alguns dias internado. No Instagram, a jornalista compartilhou um longo desabafo onde relata as dificuldades que enfrentou com o filho no hospital:
“Eles nunca tinham ficado separados desde que nasceram e meu coração de mãe de gêmeos tentava manter a calma diante do imprevisível, da insegurança, do sofrimento do meu bebê – do medo” e completou “Falei para alguns amigos que, depois que virei mãe, descobri o que é ter medo” foram alguns dos comentários da jornalista.
Normalmente, os pais gostam de ter tudo sob controle. Quando isso não acontece e, principalmente, quando as coisas podem ser inseguras por natureza (como é a evolução de uma doença grave), perdemos o chão. Nessas horas, o profissional de saúde bem preparado faz toda a diferença.
Trabalhei em pediatria de hospitais a minha vida profissional toda e posso dizer que conheço quase todos os grandes hospitais pediátricos do Brasil e do mundo. Sei a diferença que faz atender uma criança e uma família em um hospital especializado em crianças e adolescentes.
Em 2004, quando vim para o Sabará Hospital Infantil, um então pequeno hospital de 40 leitos com um enorme pronto-socorro, trazia na cabeça esse atendimento diferenciado, típico dos “children’s hospitals” da América do Norte. Com essa ideia em mente e um grupo de pessoas que já havia trabalhado comigo, iniciamos esse projeto que se materializou cinco anos depois com a inauguração do novo Sabará na Avenida Angélica, agora com 110 leitos.
Em poucos anos, o hospital estava cheio. A partir de 2018 estava lotado a maior parte do ano, o que nos levou a fazer um projeto de expansão, prejudicado pela pandemia, mas que já está em pleno vapor com as plantas sendo aprovadas na prefeitura. A inauguração está prevista para 2026. Até lá estamos planejamos uma unidade transitória com 50 leitos.
Conto tudo isso pois hoje, dos nossos 110 leitos, mais da metade são de UTI, ou seja, de pacientes com doenças complexas ou graves, que fazem cirurgias muito delicadas ou que vem fazer procedimentos complexos como transplantes.
Ter uma equipe bem treinada para o acolhimento dos pais e da família é crucial para esse sucesso. Evidentemente, temos os melhores pediatras de São Paulo e talvez do Brasil em nosso corpo clínico, muitos deles professores nas faculdades da cidade. Temos o que é mais moderno em equipamentos e inovação. Contamos ainda com uma inovação no atendimento que é o profissional Child Life, especializado em diminuir o estresse da criança e da família.
Sempre falo que tudo isso conta, mas são as pessoas que estão lá, com o nosso jeito humanizado, com o nosso olhar pediátrico que vão fazer a diferença e, talvez, diminuir um pouco o medo que as mães, como a Andréia Sadi, tiveram e sempre terão com um filho internado.
Observação: a criança esteve internada em um hospital do Rio de Janeiro e não no Sabará.
Fonte:
Saiba mais:
https://institutopensi.org.br/sabara-hospital-infantil-10-anos-de-muito-trabalho-e-sucesso/
https://institutopensi.org.br/a-pediatria-em-transformacao-no-sabara-hospital-infantil/
https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/trabalhando-pediatria-como-uma-equipe/