Caio, garoto com TEA: personagem ajuda a sensibilizar e engajar
Instituto começa com foco no contexto escolar, mas com nova plataforma pode customizar o conteúdo do curso de acordo com carga horária e público-alvo específicos
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) se manifesta de maneiras únicas em cada indivíduo, exigindo um olhar atento e individualizado para facilitar seu pleno desenvolvimento e a inclusão social. Nesse contexto, a capacitação de profissionais em diferentes áreas se torna crucial para criar ambientes acolhedores e propícios ao aprendizado e à qualidade de vida das pessoas com TEA.
Professores, equipes pedagógicas, médicos, psicólogos, terapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, pais, responsáveis e outros familiares, quando capacitados, podem oferecer o suporte necessário para que as pessoas com TEA alcancem seu pleno potencial. Essa capacitação é, portanto, essencial para promover a inclusão social, melhorar a qualidade de vida, diminuir o estigma e construir uma sociedade mais acolhedora para todos.
Com esse objetivo, o Instituto PENSI, que tem o TEA como um dos seus pilares de atuação, lança Capacitação de Análise do Comportamento Aplicado para Autistas, um curso focado para equipes pedagógicas de educação infantil — professores, assistentes de sala, coordenação, diretoria, bibliotecários… Em 2023, o PENSI ofereceu o curso para 156 profissionais convidados do Centro de Educação Infantil (CEI) do Instituto Anglicano e 96 concluíram a versão de 80 horas com aulas gravadas.
Com o feedback dos participantes e investimento em uma nova plataforma mais moderna de educação a distância (EAD), o instituto reformulou o curso, em um formato mais atraente e interativo. “Acrescentamos ferramentas e estratégias educacionais para envolver cada vez mais o capacitando e melhorar a experiência de aprendizado, tais como quiz, games, avaliações periódicas e um projeto aplicativo ao final”, conta a gerente de ensino Andréa Kurashima. Colaboradores do CEI do Instituto Anglicano serão convidados a experimentar o novo curso, além dos que não finalizaram o anterior.
“São 13 módulos com atividades, encontros síncronos na plataforma, vídeos gravados e tempo de estudo”, completa Andréa. O curso abrange um vasto espectro de temáticas, desde os fundamentos do autismo, comportamentos, reforços positivos, análise comportamental ABA, inclusão social, entre outros. O último módulo envolve ensinar estratégias de manejo de alunos neurodiversos.
Para sensibilizar e engajar os participantes, o designer instrucional Nícolas Murcia criou os personagens Caio, Enzo e Ana. Cada um com suas características e desafios, eles representam a diversidade de manifestações do TEA e servem como ferramentas para a aprendizagem. “Caio, o protagonista, com diversas expressões faciais, ilustra as emoções e comportamentos comuns entre pessoas com TEA. Seja a alegria contagiante ou a frustração diante de um desafio, ele nos permite compreender melhor as nuances do autismo”, diz Nícolas.
Ao lado de Caio, Enzo e Ana enriquecem o universo do curso, demonstrando a ampla gama de características do TEA. Através deles, observamos situações como estereotipias, choro frequente, sensibilidade ao ruído, hiperatividade, rejeição social, apatia, desatenção a perigos, distúrbios do sono, desinteresse pelo entorno e dificuldade em manter contato visual.
Com suas histórias e desafios, Caio, Enzo e Ana servem como pontes entre o conhecimento teórico e a realidade das pessoas com TEA. Através deles, os participantes do curso podem desenvolver empatia, compreender as dificuldades enfrentadas e aprimorar suas habilidades para lidar com o TEA em diferentes contextos.
A metodologia KWL (What I Know, What I Want to Know, What I Learned) é empregada para auxiliar os participantes na construção do conhecimento, identificando o que já sabem, o que desejam aprender e o que aprenderam ao final de cada módulo.
“Diante da familiaridade e expertise do Instituto PENSI com o autismo, estamos sendo procurados por órgãos de diferentes esferas para customização de cursos de capacitação em TEA”, afirma Fátima Rodrigues Fernandes, diretora executiva do PENSI. “A capacidade técnica dos nossos colaboradores, aliada ao potencial da nova plataforma de EAD, permite essa personalização de conteúdo e carga horária de acordo com o público-alvo, que pode ser família, profissionais da saúde ou educação, como essa primeira experiência.”
Investir na capacitação de profissionais em diferentes áreas é, sem dúvida, um investimento no futuro, na construção de um mundo onde as diferenças sejam respeitadas e valorizadas.
Por Rede Galápagos
Leia mais:
A alimentação da criança com Transtorno do Espectro Autista
“A pesquisa tem embasado nossas práticas clínicas, e hoje conhecemos muito mais sobre o autismo”
Quanto custa criar um filho com TEA
“Muitas vezes vemos diagnósticos de alergia quando ela não existe”
“Mesmo com todo o progresso tecnológico, nenhum outro alimento substitui o leite materno”
“Este ano, 40% dos alunos não procuraram concorrer a residências médicas, um dado alarmante”