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Nos últimos anos, o uso de cigarros eletrônicos (vape) vem crescendo rapidamente entre adolescentes, muitas vezes atraídos por sabores adocicados e pela falsa ideia de que o hábito é menos prejudicial que o cigarro tradicional. No entanto, estudos recentes mostram que essa prática pode trazer riscos sérios e irreversíveis para os pulmões — incluindo o chamado “pulmão de pipoca”.
O termo popular “pulmão de pipoca” se refere à bronquiolite obliterante, uma doença grave que causa inflamação e cicatrização nos bronquíolos — as menores vias de passagem de ar dos pulmões. Esse processo leva ao estreitamento permanente dessas estruturas, dificultando a respiração.
Os principais sintomas são:
O nome surgiu nos anos 2000, quando trabalhadores de fábricas de pipoca de micro-ondas nos Estados Unidos desenvolveram a doença após inalarem diacetil, um aromatizante de sabor manteiga usado nos produtos.
Há relatos na literatura médica demonstrando que alguns líquidos de cigarros eletrônicos contêm substâncias semelhantes ao diacetil. Embora o diacetil seja considerado seguro para ingestão, sua inalação é altamente tóxica para os pulmões. Além dele, outros compostos presentes no vapor, como formaldeído, acetoína e 2,3-pentanodiona, também apresentam risco para a saúde respiratória. Relatos clínicos já descreveram adolescentes que, após o uso frequente de vapes, desenvolveram sintomas persistentes de obstrução pulmonar, compatíveis com bronquiolite obliterante. Isso mostra que o risco não é teórico: ele já está acontecendo.
Além do pulmão de pipoca, o uso de cigarros eletrônicos já foi associado a outra condição grave: a EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico). Essa doença pode causar inflamação aguda dos pulmões, insuficiência respiratória e até morte.
Ou seja, mesmo que nem todo usuário de vape desenvolva bronquiolite obliterante, os pulmões continuam expostos a diferentes formas de agressão química.
O uso de vapes entre adolescentes vem crescendo de forma preocupante. Muitos jovens acreditam que se trata de um hábito “moderno” e menos nocivo, mas a ciência já mostrou o contrário: não existe cigarro eletrônico seguro.
É fundamental que pais e responsáveis:
O “pulmão de pipoca” é um exemplo claro de como substâncias aparentemente inofensivas — como aromas doces — podem causar danos pulmonares permanentes. O vape, vendido muitas vezes como alternativa ao cigarro, representa uma ameaça real à saúde dos adolescentes.
Pais informados e atentos podem fazer a diferença. Incentivar o diálogo, a prevenção e a busca por escolhas saudáveis é a melhor forma de proteger nossos jovens.
Lembre-se: cuidar da saúde respiratória é cuidar do futuro das nossas crianças e adolescentes.
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Fontes: