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Reborn ou Humanos? – Dimensões plásticas da vida
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Reborn ou Humanos? – Dimensões plásticas da vida

Reborn ou Humanos? – Dimensões plásticas da vida

30/05/2025
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Muito me espanta o espanto com os bebês reborn, e me parece um tanto consequência natural de uma sociedade nada natural. Sociedade que insistentemente marca corpos como massa de modelar, que incentiva mulheres (e até adolescentes) a rechaçarem as formas de seu corpo e a se lambuzarem de artifícios que os artificializem. Enfim, uma sociedade que não poderia se queixar de que os bebês agora seguem moldes de seus adultos – de plásticos.

Aquilo que exigimos dos corpos na atualidade (tamanho ideal, forma específica e impedidos de envelhecer) tem como consequência um elemento bastante simples: que não possa haver bebês humanos.

Seres vivos, até pouco tempo atrás, nasciam, cresciam, viviam e morriam. Como temos achatado a equação, todos temos que ser jovens para sempre. Parece que algumas pessoas encontraram a solução perfeita para a imperfeição – terem filhos bonecas. Única forma possível de paralisar o tempo, congelar a vida e impedir modificações.

Os bebês reborn equacionam as mazelas da atualidade e o padecimento dos corpos. Não nascem, não crescem, não vivem e, portanto, não morrem. Equação que acompanha também jovens com transtornos alimentares, normalmente tão angustiados frente às transformações impostas pelo tempo e pela vida, que tentam, de todas as formas, fazer com que seus corpos obedeçam a um ideal irreal, mesmo que isso custe a morte de si mesmos. Fecham a boca, como fecham a esperança de que terão espaço no mundo para mudanças.

Vale nos perguntarmos: se não podemos envelhecer, como nossos jovens poderão crescer?

A consequência está dada: nada nasce! Tudo se fabrica.

O humano de plástico encontrou seu ápice: a imagem e a semelhança de si mesmo.

Gabriela Malzyner

Gabriela Malzyner

É psicóloga, psicanalista e mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Coordenadora e docente do Núcleo de Infância e Adolescência do CEP e consultora do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares do Instituto PENSI.

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