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Uma pesquisa do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) revelou que, em 2021, 34% dos brasileiros com mais de 16 anos, praticaram o voluntariado no Brasil. O estudo, realizado pelo Datafolha no mês de abril, também mostrou que não há diferença em relação ao perfil do voluntário na questão de gênero: 51% mulheres, 48% homens e 1% trouxe outras respostas. A idade média de maior destaque ficou nos 43 anos.
No que diz respeito aos motivos, os voluntários têm o desejo de fazer o bem e gostam de poder impactar positivamente a vida das pessoas. Com isso, o voluntariado vem sendo percebido e reconhecido como uma experiência transformadora para quem recebe e para quem faz.
A pandemia também mostra sua influência no voluntariado, uma vez que 47% dos voluntários passaram a fazer mais atividades, a participar e contribuir ainda mais. O apoio aos programas de assistência, a participação em ações de mobilização, o atendimento a novos grupos populacionais, a doação de recursos e a adoção ou ampliação do voluntariado à distância ou online foram as atividades que mais cresceram.
A solidariedade foi o que impulsionou 74% das pessoas para essas ações. A maior motivação: ajudar o outro. Se por um lado voluntários buscam fazer uma atividade com o propósito ou a causa com que tem forte identificação, o urgente, mobilizou as pessoas para a ação: fome, pobreza e desigualdades. Atender famílias, comunidade e pessoas em situação de rua tiveram destaque entre os públicos beneficiados.
Mas nem tudo é fácil ou tranquilo, os voluntários encontraram algumas dificuldades em suas atividades, como lidar com pessoas que nem sempre estão verdadeiramente empenhadas em fazer o bem, impotências, demandas que vão além do que conseguem realizar, a frustação com a constância, a fidelização das pessoas ao projeto e o preconceito com determinadas causas e públicos.
A informalidade e a falta de estrutura dos programas de voluntariado ainda é uma realidade. Poucos (45%) têm conhecimento sobre a lei do serviço voluntário no Brasil e menos de 20% assina o termo de adesão ao serviço. Isso aponta o vasto campo de trabalho para organizações, inclusive as online: 84% dos voluntários desconhecem as plataformas e sites de promoção ao voluntariado.
Uma média de 9,1 – em uma escala de 0 a 10 – na satisfação com a própria atividade voluntária segue alta, mesmo com os desafios enfrentados: no tipo de atividade, no retorno recebido e no apoio para realizá-la. A pesquisa apontou ainda um conhecimento sobre o que é voluntariado. Segundo os voluntários, doação de recursos não é voluntariado, mas doadores e voluntários formam uma rede de apoio, se complementam, onde cada um contribui como pode e com o que pode, seja dinheiro, objetos ou tempo.
E quem pode ser voluntário? Todos podem ser voluntários! Mas quais são as habilidades necessárias para fazer trabalho voluntário? Existe a possibilidade de trazer as habilidades pré-existentes, mas também é possível desenvolver novos talentos. Há um consenso entre os voluntários: engajamento, comprometimento e colaboração são essenciais!
Existe também o trabalho voluntário realizado pelas empresas, que também nos trouxe uma boa notícia: o reconhecimento do seu poder de engajamento. 15% dos voluntários se mobilizaram pelos programas de voluntariado corporativo. O voluntariado aparece como parte das boas práticas do ESG/ASG. São as empresas ocupando todos os espaços da comunidade.
Para a nossa Fundação, que acredita na força da sociedade civil como agente de transformação social, e que mantemos um programa de voluntariado ativo no Sabará Hospital Infantil, uma pesquisa dessas e com esses resultados nos deixa com muita esperança.
O voluntário é agente de reconstrução do nosso país! Atua com intencionalidade, empatia e resiliência. Compartilha conhecimento, experiências e expertises. 96% dos voluntários concordam que a atividade voluntária os inspira a serem pessoas melhores e 89% concordam que a atividade voluntária é a melhor forma de auxiliar a sociedade.
Unidos e em colaboração vamos construir um país mais justo, igualitário, e, por meio da solidariedade e do voluntariado, deixar um legado para as gerações futuras.
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