Criados no início dos anos 2000, os cigarros eletrônicos vêm se multiplicando em modelos, sabores e controvérsia.
Enquanto em países como EUA e Reino Unido os chamados e-cigs se popularizaram, em outros, como Brasil, a comercialização do produto é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas os dispositivos vêm ganhando uma legião de adeptos no país. O cigarro eletrônico foi idealizado para ajudar as pessoas a pararem de fumar. Desde seu lançamento, está envolto em polêmicas sobre sua eficácia, se causa câncer, se pode levar à dependência etc.
O uso de cigarros eletrônicos entre os alunos do ensino médio serviu como um preditor significativo de que, posteriormente, fumarão cigarros tradicionais, de acordo com um estudo publicado na edição de janeiro de 2018 da revista Pediatrics. No entanto, o inverso não era válido entre os estudantes que relataram o uso de cigarros tradicionais, pois isso não previu o uso futuro de cigarros eletrônicos, de acordo com o estudo “Trajetórias de cigarro eletrônico e uso convencional de cigarros entre os jovens”.
Os pesquisadores seguiram cerca de 800 alunos em três escolas secundárias públicas em Connecticut, nos EUA, e analisaram os resultados de levantamentos longitudinais que os alunos apresentaram em 2013, 2014 e 2015, que relataram o uso dos cigarros eletrônicos e cigarros tradicionais.
O estudo mostra que a frequência do uso de cigarros eletrônicos e do uso tradicional de cigarros também aumentou ao longo do tempo. Os autores sugerem que são necessárias mais pesquisas para desenvolver programas eficazes de regulação e prevenção de cigarros eletrônicos.
No Brasil, apesar da venda suspensa, pode-se facilmente achar o produto pela web ou em ambulantes nos centros das grandes cidades. A indústria do tabaco conseguiu dar um quase xeque-mate na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). Desde 2012, eles entraram com ação questionando a constitucionalidade da Anvisa de regular produtos de tabaco. E também entraram com liminar suspensiva. A medida foi publicada, mas não está sendo implementada porque a indústria alega que a agência não teria competência de proibir ingredientes no cigarro.
Saiba mais:
- http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/09/1917932-cigarro-eletronico-nao-e-inocuo-como-a-industria-divulga-diz-medica-do-inca.shtml
- Tabagismo: intervenções para os jovens
- Fumar narguilé faz mal?
- O perigo dos cigarros eletrônicos
- Cigarro eletrônico, um perigo e ilícito
Fonte: Pediatrics January 2018
“E-Cigarettes: A 1-Way Street to Traditional Smoking and Nicotine Addiction for Youth”
Jonathan D. Klein
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Atualizado em 18 de novembro de 2024