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Você está ensinando seu filho a comer com atenção?
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Você está ensinando seu filho a comer com atenção?

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26/07/2017
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Nosso comportamento relacionado à alimentação tem sido cada vez mais alvo de discussões nas escolas, na mídia e nos consultórios. Somos influenciados o tempo todo pelo tamanho e cor dos utensílios, pelo recipiente onde os alimentos ficam armazenados, ambiente em que comemos, postura e companhia às refeições.

Para quem tem filhos ainda na infância, os comportamentos adequados devem ser ensinados desde cedo: um estudo realizado em 2015 mostrou que mães que ofereciam mamadeira a seus bebês de maneira desatenta (com pouco contato visual, uso de TV ou celulares simultaneamente, conversa com outras pessoas durante a oferta da mamadeira ou mesmo dormir) – cerca de 1/3 da população estudada – não tinha percepção adequada dos sinais de fome emitidos pelos bebês, o que levou à oferta excessiva de leite para estas crianças. Este tipo de hábito representa um perigo para a saúde infantil, pois a autorregulação do apetite com a qual nascemos é influenciada pelo ambiente externo, aumentando o risco de excesso de peso na infância e na vida adulta. Alguns outros trabalhos americanos mostram também que crianças em idade escolar que comem sem atenção costumam comer mais doces e guloseimas, e que adolescentes e adultos são extremamente influenciados pela quantidade de alimentos consumida pelos colegas durante a refeição; e estes são hábitos que facilmente reconhecemos no nosso comportamento na idade adulta. Por isso, é importante ensinar aos pequenos como regular seu apetite desde cedo! Evitem comer baseados nestes sinais abaixo:

Sinais externos da fome (do ambiente):

  • Necessidade de ver o prato limpo ou o pacote vazio após a refeição;
  • Final do programa de TV ou término de alguma atividade;
  • Término da bebida que acompanha a refeição;
  • Senso comum (quando as pessoas à mesa param de comer)

O ato de comer deve ser guiado pelos sinais internos da fome, controlados por hormônios da digestão. Podem ser desde uma “fominha” (o suficiente para comer um lanchinho simples), até o “estar faminto” (quando se sente desconforto físico e mau humor de tanta fome). O mesmo vale para os sinais de saciedade, que variam desde “estar satisfeito” (sem fome e confortável) até “estar estufado” (quando o excesso de comida gera desconforto). O ideal é que a criança consiga identificar desde cedo quando começar e quando parar de comer, para que sempre esteja em situações confortáveis e não coma nem demais, nem de menos.

Existe uma brincadeira que podemos fazer com as crianças para ensiná-las sobre isso. Tente desenhar com ela um círculo e faça graduações de 0 a 10, parecido com um relógio. Você pode chamar de “relógio da fome”. Antes e após as refeições, reflita com a criança em que número está a sua fome, sendo 0 equivalente a ‘nenhuma fome’ e 10 equivalente a ‘estar faminto’. O ideal é fazer grandes refeições sempre que as notas forem entre 4 e 6. Se menor de 4, reflita com a criança se ela realmente está com fome, se há algum sinal externo influenciando, ou se basta apenas um lanche pequeno. Evitem esperar acima de nota 8 para comer, justamente para não gerar desconforto e consumo exagerado.

Conte com a nossa ajuda no Centro de Dificuldades Alimentares!

Leia também: Comer bem: um hábito que precisa surgir ainda na infância

Fontes: Appetite. 2015. 91:385-92; Appetite. 2017. 1;109:93-99; Nutrição comportamental, 2016

Atualizado em 29 de outubro de 2024

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