Anemia é a condição na qual ocorre queda da hemoglobina no sangue. A hemoglobina é a responsável pelo coloração avermelhada da pele e pelo carregamento do oxigênio aos tecidos, o que gera a energia para as atividades diárias. Muitas são as causas de anemia, ela pode ser congênita ou adquirida, mas a que nos interessa aqui é a anemia carencial, consequente da falta de ferro.
Alojado na hemoglobina, pigmento do glóbulo vermelho, o ferro possui nobre missão: a de transportar oxigênio aos tecidos do organismo. Sua deficiência implica em palidez, fadiga, sono excessivo e inapetência.
A anemia causada pela falta de ferro não é exclusividade das nossas crianças. A prevalência da doença em países em desenvolvimento, até os quatro anos de idade, ultrapassa os 50%. Durante a amamentação, o leite materno supre as necessidades desse nutriente. Até em países desenvolvidos a anemia apresenta níveis crescentes de prevalência, tornando-se um grave problema de saúde pública. No Brasil, estudos regionais com crianças de diferentes faixas etárias apontam variação de 28 a 68%.
A maior incidência de anemia ferropriva ocorre entre 9 e 12 meses de vida, época em que geralmente se faz a introdução da dieta da família e da mamadeira (na maioria das vezes leite de vaca integral). Muitas vezes, essa fase de transição não é “bem aceita” pela criança, simplesmente porque é uma questão de aprendizado. E os pais, por inexperiência ou falta de orientação adequada, interpretam que o filho não gosta da nova dieta e deixam de insistir na oferta de alimentos saudáveis, justamente numa fase da vida em que eles são tão importantes.
Principalmente até 18 meses de vida ocorre rápido crescimento e desenvolvimento do organismo, o que requer uma demanda aumentada de ferro. Porém, muitas vezes a ingestão é inadequada e ocorrem perdas gastrointestinais devido à alergia a proteína do leite de vaca, parasitoses intestinais, perdas diarreicas, refluxo gastro-esofágico etc.
Sintomas e sinais da anemia
A anemia não é uma doença silenciosa. Os primeiros estágios da deficiência de ferro geralmente não apresentam sintomas, mas a anemia instalada vai sempre cursar com alterações clínicas como palidez, fadiga, fraqueza, sono excessivo e inapetência, que são os principais sintomas. O hábito de comer terra, sabão e até gelo também pode sinalizar a anemia ferropriva.
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Tratamento: o ferro nos alimentos
A dieta rica em ferro é muito importante, mas na anemia já instalada, faz-se necessária a suplementação com ferro oral na dose de 3-5mg/kg/dia, geralmente por um período de 3 meses. Para aprimorar essa assimilação, valem algumas dicas.
Antes de cozinhar, deixe o feijão de molho na água por uma hora, assim os fitatos são liberados e o ferro será melhor absorvido.
O ferro de origem vegetal, ao contrário do de origem animal, para ser absorvido, sofre influência de fatores inibidores (fitatos, fibras, cafeína, sais de cálcio…) e facilitadores (vitamina C, frutose, citratos…).
As principais fontes de ferro são: as carnes, principalmente as vermelhas; as vísceras (figado de boi e de galinha); feijão (todos os tipos); gema de ovo; verduras e hortaliças (as verdes escuras são as que mais tem ferro: couve, brócolis, agrião, espinafre, rúcula, escarola…).
Agravamento do quadro
Quando a anemia não é tratada ou é inadequadamente tratada, vai se formando uma “bola de neve”: a anemia cursa com falta de apetite, sem apetite a criança não se alimenta bem e a anemia piora, ficando a criança cada vez mais fraca, sem querer brincar, com baixo rendimento escolar, com maior susceptibilidade a quadros infecciosos, com mais sono e mais pálida-amarela.
Dúvida recorrente
Muitos pais têm essa dúvida, mas anemia não vira leucemia. Leucemia é um câncer que acomete a fábrica do sangue e esta, doente, não trabalha bem, gerando alteração em todas as células do sangue, inclusive as vermelhas, levando à anemia, que neste caso não é carencial.
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Atualizado em 2 de fevereiro de 2024