PESQUISAR

Sobre o Centro de Pesquisa
Sobre o Centro de Pesquisa
Residência Médica
Residência Médica
Bebês e crianças podem tomar chá?
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp
Bebês e crianças podem tomar chá?

Bebês e crianças podem tomar chá?

06/09/2024
  202   
  0
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp

Chá de erva-doce, erva-cidreira, camomila, melissa e hortelã.

Atire a primeira pedra quem nunca se perguntou se o bebê pode tomar chá para amenizar a cólica, formação de gases, melhorar a qualidade do sono ou para curar um resfriado. Apesar de ter sido uma prática muito comum dos nossos pais e avós, manuais e guias nacionais (Manual de Alimentação da Infância à Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, 2018, e Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos do Ministério da Saúde, 2021), assim como diretrizes internacionais (Organização Mundial da Saúde, 2023), contraindicam a oferta de chás para menores de 6 meses.

É recomendado, até os seis meses de vida, o aleitamento materno exclusivo, sem qualquer necessidade de outros líquidos, como água, água de coco, chás, sucos, leite de vaca ou de outros mamíferos; nem de alimentos sólidos, como frutas, vegetais, cereais etc. Na impossibilidade desta nutrição de forma parcial ou plena, a fórmula infantil adequada para idade é o produto indicado para complementar ou nutrir na totalidade o bebê.

Não se esqueça de que o que se conhece por chás são infusões de ervas ou alimentos que contêm ativos naturais, chamados fitoquímicos, e que podem atuar como calmantes, digestivos, diuréticos, anti-inflamatórios, hipoglicemiantes, ou seja, contêm propriedades terapêuticas e que, em doses não conhecidas, podem trazer riscos para o bebê.

Após os seis meses, já tendo adquirido mais maturidade intestinal e imunológica, o bebê pode, em conjunto com o início da alimentação complementar, ser apresentado, de forma gradual, aos chás naturais, desde que diluídos e sem qualquer adição de açúcar, adoçante ou mel. Entretanto, vale enfatizar que os líquidos de maior importância na rotina alimentar e nutricional são, em primeiro lugar, o leite materno ou fórmula infantil, e, em segundo lugar, a água – esta iniciada juntamente com os alimentos sólidos e sendo essencial para a manutenção do estado de hidratação, uma vez que o leite vai sendo reduzido, gradualmente, ao passo que o bebê passa a aceitar outros alimentos.

Os chás podem ser seguros, considerando os seguintes pontos:

  • Indicação – por se tratar de um líquido com propriedades medicinais;
  • Quantidade – pelo mesmo motivo acima;
  • Escolha do produto – há ervas mais seguras e outras, não.

Chás/infusões seguras:

  • Chá de camomila: conhecido por suas propriedades calmantes.
  • Chá de funcho: pode auxiliar na digestão e do desconforto intestinal, como cólicas e gases.
  • Chá de erva-cidreira: pode auxiliar na tosse e desconforto intestinal.
  • Chá de erva-doce: pode auxiliar na digestão e do desconforto intestinal.
  • Chá de hortelã: pode auxiliar na digestão e no resfriado.
  • Chá de gengibre: possui propriedades anti-inflamatórias e digestivas.
  • Chás frutados – maçã, casca de abacaxi, frutas vermelhas desidratadas…

Modo de preparo → 1 colher de chá das ervas ou gengibre ralado (ou um saquinho de chá) para 240 ml de água. Ferva a água e despeje sobre as ervas ou alimento. Deixe em infusão por 5 a 10 minutos, coe e deixe esfriar. Não adoce. Você pode oferecer em temperatura ambiente ou morno. Quantidade para 2 porções.

Alguns chás/infusões que não devem ser oferecidos para bebês e crianças pequenas:

  • Chá verde, branco ou preto: contém cafeína (não recomendada nos 2 primeiros anos de vida);
  • Chá de hibisco, sene, cavalinha, carqueja, cascara sagrada, entre outros;
  • Chás prontos: podem conter aditivos, açúcares e/ou adoçantes.

Vale muito a atenção a esses produtos, pois em quantidade inadequada – concentração e frequência de ingestão – suas propriedades terapêuticas podem causar danos significativos, como diarreia, vômitos, desidratação, danos hepáticos e renais, podendo até levar ao óbito. Além disso, apesar de menos grave, essas bebidas com baixo valor calórico e nutricional, podem acabar substituindo outros alimentos de melhor qualidade, como o leite materno, fórmulas, leite e iogurtes, nas refeições menores, não sendo uma prática recomendada.

Portanto, a partir dos 6 meses, de forma segura, não substituindo outros alimentos mais nutritivos e tendo uma indicação, bebês e crianças podem tomar um chazinho, sim!

Raquel Ricci

Raquel Ricci

Nutricionista e pesquisadora do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA) do Instituto PENSI. Possui especialização em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal de São Paulo e formação em Pesquisa Clínica (Invitare).

deixe uma mensagem O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

posts relacionados

INICIATIVAS DA FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL
Sabará Hospital Infantil
Pensi Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil
Autismo e Realidade

    Cadastre-se na nossa newsletter

    Cadastre-se abaixo para receber nossas comunicações. Você pode se descadastrar a qualquer momento.

    Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade de Instituto PENSI.