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Suplementos são produtos à base de macro e micronutrientes, vitaminas e minerais, em diferentes formulações e preparações, visando prevenir as deficiências nutricionais do publico alvo. São consumidos por uma parcela significante da população, especialmente em classes média e alta.
No Brasil, o estudo EBANS (Estudo Brasileiro de Nutrição e Saúde), coordenado pelo Instituto PENSI e Unifesp, demonstrou que o consumo de suplementos, entre adolescentes e adultos foi de 14%, a maioria nas classes mais altas e entre adultos jovens e mais velhos. Não foi avaliada a população infantil. Os produtos mais relatados foram vitaminas isoladas ou em associação. Nutrients 2024, 16, 750.
De uma forma bem didática, o consumo de suplementos vitamínicos minerais isolados está relacionado a prevenção (em doses baixas e por longo prazo) de carências vitamínicas e dos minerais analisados, quase sempre avaliados por inquéritos nutricionais ou exames laboratoriais. As carências nutricionais mais frequentes no Brasil são as deficiências de vitamina D e a de ferro.
Doses maiores são utilizadas para o tratamento das carências, como em doenças tipo anemia ferro priva, deficiência de outras vitaminas, e alguns minerais e nutrientes. No entanto, alguns estudos mostram que o uso de alguns suplementos poderia estar relacionado a melhora do estado geral, imunidade e cognição (neurodesenvolvimento e capacidade de resolver problemas, inteligência e outros).
Em pediatria, o uso de ferro e vitaminas A e D é proposto pelas sociedades de pediatria em seus guias, desde o período do nascimento e em alguns casos até o final da adolescência. É no período que vai da preparação para a gestação e até o final do 5° ano (os 2200 dias) que se forma o nosso sistema nervoso, e os nutrientes tem ação essencial na formação dos tecidos, nas conexões nervosas e na capacidade de desenvolvimento neuromotora.
O uso de multivitamínicos não tem evidência científica para a sua administração, mas estudos mostram que não causam dano. No entanto, gostaríamos de registrar que os maiores estudos de seguimento para o custo-benefício destes suplementos foram realizados em adultos (estudo dos médicos e das enfermeiras, nos Estados Unidos).
Já na adolescência, período de risco nutricional, em que usualmente a alimentação não é adequada, e carece de muitos nutrientes, seria interessante a utilização destes produtos. Já para as proteínas ou outros nutrientes utilizados para o ganho de massa muscular, precisamos de um outro tópico para discuti-los.
O médico e o nutricionista são os profissionais indicados para o diagnóstico, prevenção e tratamento das carências nutricionais. Não se deixe levar pelo seu Influencer, pelo atrativo da prateleira da farmácia ou indicação de um amigo.