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Saiba tudo sobre Dermatite Atópica
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Saiba tudo sobre Dermatite Atópica

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02/12/2024
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Dermatite Atópica (DA) é uma doença de pele, não contagiosa, crônica, que afeta pessoas de todas as idades e costuma aparecer já na infância (60% dos casos se iniciam no primeiro ano de vida). Os principais sinais que nos fazem pensar em DA são: pele ressecada, coceira intensa, vermelhidão e lesões de pele recorrentes, que chamamos de eczema.

Ela é causada por uma inflamação na pele, que aparece como manchas secas e avermelhadas, acompanhadas de muita coceira; costumam surgir nos braços, pernas, rosto e pescoço, mas podem aparecer em outras partes do corpo. Essa condição tem períodos de melhora e piora, chamados de “crises”, que podem variar de leves a intensos.

A DA ocorre, principalmente, em pessoas com uma predisposição genética a alergias, como alergias alimentares, asma e rinite alérgica. Ela pode ser uma condição desconfortável, afetar a rotina e a qualidade de vida e exige cuidados diários para evitar as crises.

Por que a Dermatite Atópica aparece em crianças e adolescentes?

Por estar relacionada a uma tendência genética, a DA é muito comum na infância e pode surgir já nos primeiros meses de vida. Muitos bebês e crianças com dermatite atópica apresentam uma sensibilidade aumentada da pele, que reage de forma intensa a diversos fatores, como:

  • Clima: tempo frio e seco ou muito calor podem agravar a dermatite.
  • Produtos de higiene: sabonetes e shampoos podem irritar a pele sensível.
  • Roupas: tecidos como lã e materiais sintéticos podem piorar a coceira.
  • Alimentos e alérgenos ambientais: certos alimentos ou pólen, poeira e pelos de animais podem desencadear crises.

Sintomas da Dermatite Atópica

  • Coceira intensa, que pode ser difícil de controlar, especialmente à noite, prejudicando o sono.
  • Vermelhidão e inchaço na pele.
  • Ressecamento, descamação e, em alguns casos, feridas causadas pelo ato de coçar.
  • Em algumas crianças, a pele pode ficar mais espessa e escura nas áreas afetadas, devido ao atrito contínuo, formando cicatrizes.

As lesões costumam ter um padrão diferente conforme a idade. Em bebês, as lesões predominam no rosto, pescoço e couro cabeludo. Em crianças maiores, adolescentes e adultos, a DA atinge as dobras dos braços e pernas, rosto e pescoço.

Tratamento e cuidados

A DA não tem cura definitiva, mas há formas de controlar e aliviar os sintomas, minimizando as crises. Os tratamentos variam de acordo com a idade e a gravidade da condição, e incluem:

  1. Medidas gerais

Hidratação da pele: manter a pele bem hidratada é um dos passos mais importantes. Cremes e pomadas hidratantes específicos ajudam a evitar o ressecamento e fortalecem a barreira natural da pele.

Cuidados no banho: os banhos devem ser rápidos e com água morna (não quente). Evite o uso de sabonetes com perfume e produtos que ressequem a pele; use sabonetes líquidos e neutros. Não use esponja ou bucha.

Identificar e evitar desencadeantes: identificar o que piora a dermatite do seu filho(a) pode ajudar muito. Mantenha um diário das crises e tente perceber se há relação com o uso de determinados produtos de higiene, cosméticos ou alimentos ou ainda fatores ambientais (mudanças climáticas, suor excessivo etc.). Nos casos em que se desconfia de um alimento provocando a piora da doença, é importante consultar um alergologista, pois dietas restritivas podem ser prejudiciais nessa fase em que a nutrição é essencial para o desenvolvimento.

Roupas adequadas: prefira roupas de algodão, que permitem que a pele respire e evitam a irritação. Evite tecidos como lã ou materiais sintéticos em contato direto com a pele. Tire etiquetas das roupas e sempre as lave antes do primeiro uso.

  1. Medicações

O controle das crises costuma ser feito com tratamento que busca controlar a inflamação da pele. Esses medicamentos devem sempre ser prescritos pelo médico(a) pediatra, alergista ou dermatologista e o uso não pode extrapolar os dias indicados na prescrição.

Medicamentos tópicos: cremes ou pomadas à base de corticosteroides podem ser prescritos para reduzir a inflamação e a irritação durante as crises. Também existem cremes não esteroides, como os inibidores de calcineurina, que podem ser eficazes e têm menos efeitos colaterais.

Antialérgicos: os anti-histamínicos orais podem ser usados, mas costumam ter pouco efeito no controle da coceira na DA. Em caso de prescrição de anti-histamínicos, devem ser usados os chamados de segunda geração, que não causam interferência com o sono. Os anti-histamínicos sedantes devem ser evitados, pois a sedação causada por eles não é fisiológica e acaba interferindo com o ciclo normal do sono.

Tratamentos Imunossupressores: em casos mais graves, quando outros tratamentos tópicos não são eficazes, podem ser prescritos medicamentos imunossupressores para controlar a resposta imunológica exacerbada.

Imunobiológicos: também chamados de anticorpos monoclonais e os inibidores de pequenas moléculas têm sido indicados para os casos de dermatite atópica moderada a grave, que não tenham apresentado resposta aos tratamentos habitualmente recomendados e têm se mostrado uma opção terapêutica bastante promissora.

Dicas para pais e cuidadores

A Dermatite Atópica pode ser desgastante para a criança e para a família, especialmente porque a coceira e as crises de lesões podem atrapalhar as atividades de rotina como frequentar piscinas e praticar esportes, interferir com o sono e causar irritação.

Para ajudar:

  • Tranquilize seu filho(a) e o(a) incentive a não coçar a pele e a usar o hidratante várias vezes ao dia.
  • Ensine métodos de distração: ofereça atividades para desviar a atenção da coceira, como ler, brincar ou ouvir música.
  • Cuide do emocional: crianças e adolescentes podem sentir vergonha das lesões na pele, podem ser vítimas de bullying, levando ao isolamento e ao comprometimento da qualidade de vida, mudanças do comportamento, alterações do humor e do sono. Crianças e adolescentes com DA tem maior risco de ansiedade e depressão. Acolha e apoie seu filho(a) para que ele(a) se sinta bem com o próprio corpo. Busque tratamento psicológico para ajudar a controlar a ansiedade associada à doença.

Em caso de dúvidas, nunca deixe de procurar um especialista!

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Atualizado em 27 de maio de 2025

Dra. Alessandra Miramontes Lima

Dra. Alessandra Miramontes Lima

Pediatra, alergista e imunologista pelo Instituto da Criança - HCFMUSP. Membro da equipe de Alergia e Imunologia do Sabará Hospital Infantil e do Departamento de Alergia na Infância e Adolescência da ASBAI. Mestre em Ensino em Saúde pela Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein.

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