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A mídia social desempenha um papel importante na vida de muitos pré-adolescentes e adolescentes. Em uma pesquisa feita nos Estados Unidos, 35% dos jovens de 13 a 17 anos relataram usar sites de mídia social como YouTube, TikTok, Instagram, Snapchat e Facebook “quase constantemente” em 2022. Embora muitas plataformas estabeleçam uma idade mínima de 13 anos, 38% das crianças de 8 a 12 anos disseram ter usado as redes sociais. Não conheço números do Brasil, mas acredito que não deva divergir muito desses.
Todo esse uso da mídia pode influenciar os jovens de diversas maneiras. E, com o aumento relatado da depressão e da ansiedade entre os adolescentes, você pode se perguntar como as mídias sociais podem impactar a saúde mental do seu filho(a). A pesquisa sugere que depende de como eles a usam. Compreender as possíveis conexões entre as mídias sociais e a saúde mental pode ajudá-lo a orientar seus filhos em direção a hábitos saudáveis nas redes sociais. Aqui, mostraremos alguns aspectos do uso dessas mídias.
Conexão social. Uma das maneiras pelas quais as crianças usam as mídias sociais é para conexão social. Compartilhar fotos e comentários pode ajudar a mantê-los em contato com colegas e familiares que moram longe, por exemplo. Os adolescentes também podem participar de grupos que representem aspectos de suas identidades ou interesses, como grupos relacionados a esportes, teatro, música ou orgulho e apoio LGBTQ.
Aprendizado. Outra forma positiva de os adolescentes usarem as redes sociais é para aprender. Eles podem explorar e seguir organizações como museus de arte, parques locais ou blogueiros de receitas. Algumas plataformas também permitem que eles criem e compartilhem seu próprio conteúdo. Os adolescentes descreveram compartilhar seus próprios artesanatos, hobbies e arte com seu público nas redes sociais.
Mas existem maneiras arriscadas que os adolescentes podem usar as redes sociais:
Sobrecarga. Usar demais as mídias sociais, porém, pode afastar outras atividades importantes, como estar pessoalmente com amigos e familiares ou dormir o suficiente.
Conteúdo prejudicial à saúde. As redes sociais também podem expor os adolescentes a conteúdos violentos, perigosos ou imprecisos. Além disso, as redes sociais podem apresentar imagens idealizadas de pessoas que podem levar a problemas de imagem corporal para alguns adolescentes.
O maior uso das mídias sociais pode levar à depressão?
Tem havido muitas notícias ultimamente sobre se o uso excessivo das mídias sociais contribui para a depressão. Alguns estudos descobriram que os jovens que usavam mais as redes sociais tinham maior probabilidade de relatar sintomas de depressão. Em 2020, um artigo de revisão resumiu todos os estudos dos últimos cinco anos sobre redes sociais e depressão. Este artigo de revisão sistemática é um tipo de estudo muito poderoso que permite uma compreensão das evidências de vários estudos ao longo do tempo. Este artigo concluiu que “os estudos mais recentes e rigorosos relatam pequenas associações que não distinguem entre causa e efeito e é improvável que tenham significado clínico ou prático”.
Outra consideração importante sobre as redes sociais e a saúde mental é como seu filho(a) utiliza esse ambiente. Uso passivo ou ativo? Alguns estudos mostram que adolescentes que usam as redes sociais de forma passiva, como rolar e observar o conteúdo que passa na tela, têm maior probabilidade de sentir sintomas de depressão. Estes estudos também constataram que os adolescentes que utilizavam as redes sociais de uma forma mais ativa, como curtir ou comentar publicações ou criar as suas próprias publicações e compartilhá-las, não tiveram impacto negativo na saúde mental.
O papel dos pais
Um estudo recente analisou o uso da tecnologia e possíveis ligações com comportamentos de saúde e bem-estar, saúde mental e parentalidade. Dois terços dos adolescentes no estudo estavam bem com o uso da tecnologia e com a saúde mental. Esse grupo foi denominado “Adolescentes Envolvidos com a Família”, pois relataram boa comunicação com os pais sobre o uso da tecnologia. Seus pais também tinham baixos níveis de uso de mídias sociais. O grupo menor, de um terço de participantes adolescentes, apresentou taxas mais altas de resultados negativos para a saúde, como depressão e solidão. Este grupo foi chamado de “Adolescentes em Risco”. Este grupo relatou taxas mais altas de uso de mídias sociais por seus pais, bem como comunicação menos frequente com seus pais sobre o uso de mídias sociais.
Outro estudo recente descobriu que adolescentes que apresentavam sintomas de depressão mais elevados relataram que seus pais passavam até oito horas por dia nas redes sociais. Estes estudos destacam o papel importante e positivo que os pais podem desempenhar ao conversar com seus filhos sobre as mídias sociais e servindo como modelo no monitoramento de seu próprio uso de mídia social.
Como incentivar hábitos saudáveis de mídia social para toda a sua família?
Se você está preocupado com a saúde mental do seu filho(a), converse com seu pediatra, não espere as coisas piorarem.
Fontes:
Academia Americana de Pediatria (Copyright © 2023)
Annual Research Review: Adolescent mental health in the digital age: facts, fears, and future directions
Candice L Odgers 1, Michaeline R Jensen 2
Saiba mais:
https://institutopensi.org.br/as-midias-sociais-e-o-impacto-na-saude-mental-da-geracao-z/
https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/gestao-criancas-uso-midias-sociais/
https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/redes-sociais-sao-para-criancas/
https://institutopensi.org.br/o-primeiro-celular-do-seu-filho-quando-ele-esta-pronto/