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As mídias sociais e o impacto na saúde mental da Geração Z
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As mídias sociais e o impacto na saúde mental da Geração Z

As mídias sociais e o impacto na saúde mental da Geração Z

17/05/2023
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A Geração Z, coloquialmente conhecida como Zoomers, é a geração que sucede aos Millennials e precede a Geração Alfa. Pesquisadores e a mídia popular usam meados da década de 1990 como anos iniciais de nascimento e o início de 2010 como o ano final. A maioria dos membros da Geração Z são filhos da Geração X. Portanto, são os pais das crianças que estão nascendo hoje.

A saúde mental de jovens e crianças é uma das preocupações da Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES) e um dos Objetivos do Milênio da Organização das Nações Unidas (ODS – ONU) para ser alcançado até 2030. O uso das mídias sociais tem impactado diretamente a saúde das nossas crianças e adolescentes e porque não dizer de nossa sociedade de maneira geral e preocupante.

Em uma interessante pesquisa realizada pelo McKinsey Health Institute (MHI) – Pesquisa Global Gen Z de 2022, foram entrevistadas mais de 42 mil pessoas em 26 países em todos os continentes, com base nas quatro dimensões da saúde: mental, física, social e espiritual. Com base nesses dados, o MHI analisou as diferenças e semelhanças entre gerações e países, com a esperança de informar o diálogo mais amplo em torno da saúde mental da Geração Z.

Os Zoomers, em média, são mais propensos do que outras gerações para criticar as mídias sociais. Eles também são mais abertos a relatar problemas de saúde mental. Mas correlação não é causalidade, e os dados indicam que a relação entre uso de mídia social e saúde mental é complexa.

Uma surpresa encontrada nessa pesquisa foi em relação ao envolvimento das gerações mais velhas com essas plataformas, que está no mesmo nível da Geração Z. Por exemplo, os babies boomers (nascidos nos anos 50), em oito dos 26 países pesquisados, ​​relatam passar tanto tempo nas mídias sociais quanto a Geração Z, sendo a geração dos milennials (nascidos nos anos 80 e início dos 90) mais propensa a postar. E, embora os impactos negativos das mídias sociais tenham sido relatados em coortes, os efeitos positivos foram ainda mais comuns – mais de 50% de todos os grupos citaram a autoexpressão e a conectividade social como aspectos positivos das mídias sociais.

Assim como muitos relacionamentos que uma pessoa pode ter entre 18 e 24 anos, o relacionamento de um jovem com a mídia social pode ser complicado. Não importa onde morem, os entrevistados em uma nova pesquisa global disseram que o uso de mídia social pode levar a um medo de perder alguma coisa (FOMO) ou a uma imagem corporal ruim, mas também pode ajudar nas conexões sociais e na autoexpressão. Todos esses fenômenos nós vemos no Brasil e já foram abordados nesse Blog ou no canal “Saúde da Infância” da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, no YouTube.

Mas a pesquisa mostra coisas boas. Também há sinais de que a tecnologia fornece acesso a recursos de saúde mental de apoio para pessoas mais jovens. Os entrevistados da Geração Z são mais propensos do que outras gerações a usar aplicativos digitais de bem-estar e programas digitais de saúde mental. Além disso, os participantes do estudo indicam que certos aspectos do uso da mídia social podem beneficiar sua saúde mental, como o uso da mídia social para autoexpressão. Jovens refugiados e requerentes de asilo estão entre os mais propensos a citar a mídia social como uma ferramenta para se manter conectado e diminuir a solidão.

Outras pesquisas indicam que a natureza do relacionamento que os indivíduos têm com as mídias sociais pode ter um impacto maior em sua saúde mental do que o tempo gasto. Mas o MHI mostra que as descobertas apresentam uma relação sutil entre o uso da mídia social e a saúde mental. Enquanto cerca de um terço dos entrevistados em coortes relatam impactos positivos das mídias sociais na saúde mental, as gerações diferem nos impactos negativos relatados.

Os efeitos negativos parecem ser maiores para as gerações mais jovens, com impactos particularmente pronunciados para os Zoomers, que passam mais de duas horas por dia nas redes sociais e que já tinham relatado problemas de saúde mental. Os entrevistados da Geração Z da Europa e Oceania tiveram maior probabilidade de relatar impactos negativos das mídias sociais, e os entrevistados da Ásia foram os menos prováveis ​​(32% e 19%, respectivamente).

Ao longo das gerações, há mais impactos positivos do que negativos relatados pelos entrevistados; no entanto, o impacto negativo relatado é maior para a Geração Z. Os entrevistados de países de alta renda (conforme definido pelo Banco Mundial) tiveram duas vezes mais probabilidade de relatar um impacto negativo da mídia social em suas vidas do que os entrevistados de países de renda média-baixa (13% em comparação com 7%). Quando comparadas com os homens, uma proporção maior de mulheres da Geração Z disse que a mídia social teve um impacto negativo no FOMO (32% contra 22%), imagem corporal (32% contra 16%) e autoconfiança (24% contra 13%).

Na Geração Z, 34% dos entrevistados relatam que usam programas e aplicativos digitais de saúde mental e dizem que os encontraram por conta própria. Essa proporção aumenta para, aproximadamente, 50% no Brasil, Indonésia, México e África do Sul.

A mídia social e a tecnologia, embora façam parte de um diálogo mais amplo sobre a saúde mental dos jovens, podem ser ferramentas poderosas na promoção do bem-estar e na oferta de apoio à saúde mental em escala. Por exemplo: os desenvolvedores podem considerar a incorporação de algoritmos que tornem mais fácil para jovens que expressam sofrimento psicológico encontrar grupos de apoio, linhas diretas de emergência ou serviços de saúde mental de emergência. Em todo o mundo, as comunidades estão lutando para fornecer aos jovens alguém para quem ligar, alguém para responder ou um lugar seguro para obter ajuda durante o uso de substâncias e ou crises suicidas.

Uma abordagem de “prevenção de precisão” para conversar com os jovens sobre o papel da tecnologia em suas vidas pode ajudar a criar um ambiente mais informado, solidário e saudável. Ao fornecer essas ferramentas aos pais, educadores e profissionais de saúde, eles podem se envolver ativamente na promoção da saúde da Geração Z e além. Embora abordar essas questões possa parecer complicado, é essencial que as partes interessadas trabalhem juntas para ajudar a melhorar a saúde mental dos jovens.

Fonte:

https://www.mckinsey.com/mhi/our-insights/gen-z-mental-health-the-impact-of-tech-and-social-media?stcr=3B817E7DBCD94150AEF023DCAC220222&cid=other-eml-alt-mip-mck&hlkid=44cac9db3c1b420f9112ae1da0a34720&hctky=11418605&hdpid=cece3f33-4021-4432-8d72-0cbdc1846d99

Saiba mais:

Adolescentes falando de autoimagem e FOMO, ansiedade e uso de telas https://www.youtube.com/playlist?list=PLdctaWFAO0WMVHhW9nQJcAS0RGOkDm4AI

https://www.youtube.com/playlist?list=PLdctaWFAO0WMHAwt0qmLjzuIVxNm7lc5k

https://institutopensi.org.br/quando-a-rede-social-e-os-games-viram-uma-dependencia-ou-um-vicio/

https://institutopensi.org.br/lidando-com-a-autoimagem-dos-jovens-e-adolescentes/

https://institutopensi.org.br/maio-amarelo-especialista-faz-alerta-sobre-depressao-infantil-e-saude-mental-em-2022/

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Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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