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Risco de suicídio entre adolescentes: o que os pais precisam saber
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Risco de suicídio entre adolescentes: o que os pais precisam saber

Risco de suicídio entre adolescentes: o que os pais precisam saber

18/07/2024
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Parece que o número de adolescentes que cometem suicídio aumentou muito, pois ouvimos frequentemente que na escola tal houve um jovem, na outra escola outro caso, ou um amigo relatou um episódio.

Se você está preocupado(a) com o risco de suicídio de seu filho(a), você não está sozinho(a). Em 2021, os departamentos de emergência dos Estados Unidos registaram um aumento acentuado no número de jovens entre os 12 e os 17 anos que necessitam de tratamento por pensamentos ou ações suicidas. E, em um inquérito realizado pelo governo americano recentemente, mais de 4 em cada 10 estudantes do ensino secundário relataram sentir-se “persistentemente tristes ou sem esperança”, enquanto 1 em cada 5 disse ter pensado em suicídio.

A taxa de suicídio entre jovens cresceu 6% por ano no Brasil entre 2011 e 2022, enquanto as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos de idade evoluíram 29% ao ano no mesmo período. Os números apurados superam os registrados na população em geral, cuja taxa de suicídio apresentou crescimento médio de 3,7% ao ano e de autolesão de 21% ao ano no período analisado.

O luto, o isolamento e o medo causados ​​pela pandemia da covid-19 podem ter sido possíveis causas. Mas, os especialistas dizem que as pressões que podem levar os jovens a considerarem o suicídio têm aumentado há anos.

O apoio familiar atencioso e informado pode ajudar as crianças a lidarem com a situação quando a vida parece opressora. Você se sentirá mais bem preparado(a) para ajudar seu filho(a) quando souber mais sobre estes dez fatores de risco:

Tentativas anteriores de suicídio

Os jovens que já tentaram suicidar-se enfrentam maiores riscos de suicídio. Os riscos permanecem elevados durante, pelo menos, um ano após uma tentativa de suicídio, por isso, o acompanhamento é crucial. Um estudo mostra que o estigma e a vergonha que as pessoas sentem depois de tentarem podem levá-las a tentar novamente.

Experiências familiares

Existem muitos problemas familiares que podem afetar os riscos de suicídio entre jovens. Por exemplo: pesquisas mostram que, quando um membro da família morre por suicídio, outros membros da mesma família têm maior probabilidade de tirar a própria vida. Crianças que convivem com abusos, violência e outras formas de trauma também correm maior risco de suicídio. A separação de entes queridos devido a morte, divórcio, destacamento, deportação, encarceramento e outros fatores pode causar problemas de saúde mental que também podem contribuir no risco de suicídio. Estudos ainda sugerem que as crianças que são adotadas e aquelas que passaram algum tempo em lares adotivos têm maior probabilidade de serem expostas a traumas e adversidades, e isso pode aumentar o risco de suicídio.

Pressão social relacionada à orientação sexual ou identidade de gênero

Jovens que se identificam como lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer ou bissexuais (LGBTQ2S+) têm quatro vezes mais probabilidade de tentar o suicídio do que seus pares heterossexuais (ou cisgêneros). No entanto, a orientação sexual e a identidade de género em si não estão diretamente ligadas ao suicídio.

Racismo

O racismo, a discriminação e os preconceitos sistêmicos relacionados são extremamente prejudiciais para a saúde mental. O racismo e a discriminação levaram a diferenças significativas no risco de suicídio e nas taxas com base na raça e na etnia.

Depressão

Adolescentes que sofrem de depressão têm maior probabilidade de tentar o suicídio. Os pais podem notar sintomas de depressão, como tristeza, irritabilidade, desesperança, tédio e tendência a se sentirem sobrecarregados a maior parte ou o tempo todo. Mas, algumas crianças são boas em esconder seus sentimentos ou não sabem como compartilhá-los.

Outras condições de saúde mental

Transtornos de humor, transtornos alimentares e outras condições psiquiátricas podem aumentar o risco de suicídio de uma criança. Por exemplo: os jovens com esquizofrenia podem ouvir vozes (alucinações auditivas) que parecem dizer-lhes para tirarem a própria vida, mesmo que não queiram morrer.

Uso de álcool e outras substâncias

O uso de substâncias é um fator responsável por, aproximadamente, 1 em cada 3 suicídios de jovens. Os jovens podem tomar intencionalmente grandes doses de drogas como forma de pôr fim às suas vidas.

Problemas de comportamento

Os jovens que sentem raiva extrema ou têm um histórico de comportamento agressivo e impulsivo enfrentam maiores riscos de suicídio. Os sentimentos fortes em si não são a única causa, uma vez que a maioria das crianças e adolescentes experimentam emoções e humores intensos. Porém, os jovens que expressam os seus sentimentos de forma destrutiva podem acabar com as suas vidas, especialmente se estiverem socialmente isolados, se usarem drogas ou álcool, ou se consumirem meios de comunicação social de forma excessiva e pouco saudável.

Fácil acesso a armas

As armas de fogo são a principal causa de morte de adolescentes de 15 a 19 anos que morrem por suicídio. Mesmo quando as armas estão trancadas, estudos mostram que os adolescentes que vivem em lares com armas de fogo têm maior probabilidade de se matar do que aqueles que vivem em lares sem armas.

Bullying e cyberbullying

As crianças que sofrem bullying – e aquelas que intimidam outras pessoas – enfrentam riscos mais elevados de pensamentos e ações suicidas. Isto é verdade quer o bullying aconteça presencialmente ou on-line (cyberbullying). Um estudo de 2021 descobriu que os adolescentes que sofreram bullying on-line tinham cerca de 12 vezes mais probabilidade de ter pensamentos suicidas do que os seus pares que não o fizeram.

O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens dos 10 aos 24 anos nos EUA, por isso, as famílias devem conhecer os sinais de alerta e estarem preparadas para ajudar os seus filhos.

Saiba que não há problema em perguntar sobre suicídio. Se você está preocupado(a) com seu filho(a), pergunte diretamente se ele(a) está pensando nisso. Estudos mostram que perguntar sobre suicídio não “colocará a ideia na cabeça”. Na verdade, poderia abrir a porta para uma conversa honesta sobre saúde mental.

Certifique-se de que as crianças saibam que não há problema em falar sobre suicídio. Levante o assunto de uma forma calma e sem julgamentos para ajudá-los a se sentirem seguros ao compartilhar seus pensamentos e sentimentos.

 

Fontes:

Academia Americana de Pediatria (Copyright © 2022)

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-02/fiocruz-alerta-para-aumento-da-taxa-de-suicidio-entre-crianca-e-jovem

 

Saiba mais:

https://institutopensi.org.br/o-suicidio-entre-criancas-e-jovens-esta-aumentando-o-que-voce-deve-saber-sobre-isso/

https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/dez-coisas-que-os-pais-podem-fazer-para-evitar-o-suicidio/

https://institutopensi.org.br/escudo-emocional-projeto-auxilia-professores-a-identificar-e-ajudar-alunos-com-problemas-comportamentais/

https://institutopensi.org.br/saiba-um-pouco-mais-sobre-automutilacao-entre-criancas-e-jovens/

 

Vídeos:

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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