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Escudo emocional: projeto auxilia professores a identificar e ajudar alunos com problemas comportamentais
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Escudo emocional: projeto auxilia professores a identificar e ajudar alunos com problemas comportamentais

Escudo emocional: projeto auxilia professores a identificar e ajudar alunos com problemas comportamentais

29/11/2023
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Rodrigo Sinott e professores durante encontro do Mente em Equilíbrio.

Foto: Arquivo pessoal

É durante a infância e a adolescência que os jovens são apresentados a conteúdos essenciais, como matemática e história, porém durante essa jornada de aprendizado pouco se fala sobre um tema essencial: a saúde mental. Para ajudar os alunos a desenvolver inteligência emocional, nada melhor do que receber lições no lugar onde elas mais convivem: a sala de aula. Com essa missão, o psiquiatra e pesquisador Rodrigo Sinott trabalha no projeto Mente em Equilíbrio — Saúde Mental nas Escolas, do Instituto PENSI.

A iniciativa, que acontece na Escola Estadual Professor José Duarte Júnior, na Zona Sul de São Paulo, orienta os professores a identificar dificuldades comportamentais dos 800 alunos e os ajuda a lidar com essas dificuldades. O projeto consiste em encontros mensais, de duas horas cada um, em que são apresentados aos docentes materiais relacionados à saúde mental, sempre com temáticas diferentes, como ansiedade, manipulação emocional, comportamentos tóxicos e bullying, por exemplo.

Os conceitos são esmiuçados aos professores, com materiais diversos e falas de especialistas, dando foco a lições que identifiquem os problemas e maneiras de preveni-los. Em seguida, todos os participantes são convidados a falar e compartilhar suas histórias. A estratégia visa encontrar soluções para problemas enfrentados dentro da sala de aula. “A experiência sempre é muito positiva, porque os professores estão abertos ao diálogo. Conversamos e já encontramos uma saída para diversas dificuldades vividas por eles”, diz Sinott.

O psiquiatra destaca que um dos segredos para obter resultados positivos é trabalhar com a empatia dos docentes, para que eles entendam que atitudes classificadas inicialmente como “ataques” dos alunos não devem ser interpretadas como agressão e podem ser contornadas ao aplicar a estratégia correta. “Pequenos gestos, como pegar na mão de um aluno e conversar com ele por cinco minutos, explicando o que aconteceu, já mudam bastante o comportamento deles”, defende Sinott. O coordenador do projeto ressalta que alunos mais jovens têm mais facilidade de aprender as lições, mas que a medida também é eficaz para os adolescentes. “Com o tempo conseguem ter a noção de que a mudança é positiva para eles.”

Quebra de ciclo

O desejo de trabalhar com escolas surgiu por uma motivação política de Sinott, de repassar valores morais para a sociedade, e também quando o psiquiatra percebeu que a maioria dos jovens carece de uma orientação para superar problemas enfrentados em seu cotidiano. “Muitas crianças e adolescentes vivem um ciclo de violência em suas famílias e comunidades”, explica. “Para terem saúde mental, eles precisam ter uma boa relação com os amigos e professores, e a escola é um ponto-chave para acessar esse grupo. É o lugar onde aprendem a viver em sociedade”, reforça o psiquiatra.

Sinott explica que, ao receberem as orientações corretas, os professores podem evitar desfechos negativos na vida dos alunos com ferramentas simples, e, quando a mudança ocorre, o resultado é recompensador para todos os envolvidos. “É nítido que os alunos mudam também o modo como interagem com os seus colegas, enriquecendo as suas relações”, comemora.

O psiquiatra destaca que uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), instituição em que a ideia do projeto surgiu, revelou que o desempenho dos alunos em escolas em que o projeto foi implantado anteriormente chegou a subir em até 30%. “Quando o jovem passa a ver a escola como uma fonte de apoio, ele se dedica mais àquilo, e a melhora das notas é um reflexo da mudança comportamental”, afirma.

Encontros incentivam professores a compartilhar dificuldades para encontrar soluções em grupo. Foto: Arquivo pessoal

Olhar diferenciado

Para lidar melhor com os problemas enfrentados pelos alunos no cotidiano é preciso um olhar mais amplo, voltado para o cenário em que os jovens estão inseridos, explica Sinott. “Em cada escola existe um problema distinto, que pede mais atenção. Em algumas temos mais negros, em outras eles são minoria. Podemos também ter casos relacionados à diferença entre os gêneros. É essencial saber por onde começar.”

Outro ponto que se tornou essencial para estudar as intervenções foram os efeitos colaterais gerados pela pandemia de covid-19, que fez com que distúrbios emocionais como ansiedade e depressão se tornassem ainda mais frequentes na população, incluindo as crianças. “Esse é o momento de intervir e evitar que essas dificuldades se instalem e permaneçam até a vida adulta. Já temos muitos estudos que mostram que o tratamento na infância reduz a incidência desses transtornos psiquiátricos lá na frente, reduzindo inclusive as taxas de suicídio”, reforça o especialista.

Com os resultados positivos obtidos até agora, Sinott busca expandir o projeto para outras escolas e também agregar mais atividades. “Queremos multiplicar! Agora o foco está nos professores, pois eles são a base para a mudança. Mas o movimento natural é envolver todos”, diz. O pontapé inicial já foi dado, com a realização de aulas de mindfulness (meditação guiada) para os jovens. A prática chinesa milenar, que ajuda na concentração, na memória e na redução da ansiedade, entre outros benefícios, foi bem recebida pelos estudantes. “Deu muito certo. Eles gostaram bastante e pediram que fizéssemos mais vezes”, conta Sinott.

O psiquiatra explica que a conquista da inteligência emocional envolve um trabalho árduo, que precisa ser feito aos poucos, mas que não deve ser menosprezado nem considerado algo menor, quando comparado com outros aprendizados. “É preciso desenvolver uma infância minimamente saudável, porque lidar com traumas é algo muito difícil, ainda mais quando eles surgem já no começo da nossa jornada. A saúde mental é algo essencial para que se tenha uma vida que valha a pena ser vivida”, defende.

Por Rede Galápagos

Comunicação PENSI

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mensagem enviada

  • Kathy Meza disse:

    Escudo emocional: projeto auxilia professores a identificar e ajudar alunos com problemas comportamentais, OLA VOCES FACILITAM UM CURSO COMO ESSE , na área EAD para estudantes de licenciatura? seria interessante.

    • Comunicação PENSI disse:

      Olá Kathy, bom dia! Vamos encaminhar a sua sugestão para a nossa equipe de Ensino! Muito obrigado. Atenciosamente, Instituto PENSI.

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