Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Além da alfabetização: leitura compartilhada desde o nascimento oferece benefícios ao longo da vida

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A Academia Americana de Pediatria (AAP) acaba de lançar uma nova revisão de sua política de leitura de livros para criança. A AAP incentiva pais e cuidadores a lerem, em voz alta, com seus recém-nascidos e crianças pequenas para promover a alfabetização precoce. A prática também é uma oportunidade para estabelecer relacionamentos amorosos e nutritivos durante um momento crítico do desenvolvimento cerebral. Ela recomenda que os pediatras apoiem as famílias com orientação e livros em consultas de puericultura.

A declaração de política, Promoção da alfabetização: um componente essencial da prática pediátrica de cuidados primários, marca a primeira atualização nas recomendações da AAP desde 2014. Dada a grande quantidade de pesquisas nessa área, um novo relatório técnico que o acompanha analisa as evidências de leitura compartilhada para fortalecer e nutrir relacionamentos, estimular circuitos cerebrais e criar vínculos precoces.

A AAP enfatiza que, como uma prática parental positiva, a leitura compartilhada ajuda a construir a base para o desenvolvimento saudável socioemocional, cognitivo, de linguagem e alfabetização. Isso prepara o cenário para a prontidão escolar e fornece benefícios duradouros ao longo do curso da vida.

Embora telas sensíveis ao toque e outros dispositivos eletrônicos possam ser populares, eles geralmente são experiências passivas ou solitárias para as crianças e não oferecem os mesmos benefícios de interatividade e da construção de relacionamentos, dizem os autores da nova política. É melhor virar as páginas de um livro impresso de alta qualidade, repleto de imagens coloridas e linguagem rica e expressiva.

A AAP recomenda a promoção da alfabetização como parte essencial do atendimento primário pediátrico desde 2014. Atividades que fomentam relacionamentos precoces afetam as capacidades de uma criança pequena para atenção sustentada, função executiva, autoestima e comportamento social. Todas essas são qualidades que moldam profundamente a prontidão escolar, o sucesso e a prosperidade ao longo da vida. As pesquisas nos dizem que a proficiência em leitura até a terceira série é um fator significativo na conclusão do ensino médio e no sucesso profissional, por isso a recomendação é tão reforçada.

A AAP recomenda que o(a) pediatra:

Por saber da importância da leitura e dos livros impressos, a Fundação José Luiz Setúbal em parceria com The Humam Project (THP) de Santa Luzia de Itanhy, patrocina a confecção de livros infantis realizados pelos Romanceirinhos do Itanhy. Já são duas coleções com 20 livros idealizados, ilustrados, impressos e distribuídos para as crianças que frequentam o Sabará Hospital Infantil e nossos ambulatórios.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda o uso da leitura para crianças em situação de risco. Trata-se de uma ótima ferramenta de afeição, mesmo em lares sob estresse extremo. Além disso, ela cria rotinas e dá sensação de segurança para as crianças e seus pais, ajuda na prevenção de depressão nos adultos, diminui o tempo de tela e aumenta o estímulo cerebral – com melhora do vocabulário e de prontidão na pré-escola.

Os pediatras devem estimular os pais a lerem para seus filhos desde o momento que saem da maternidade. Também devem orientar os pais a estabelecerem uma rotina de leitura antes dormir ou em outros momentos. Conforme a criança vai crescendo, deve ser estimulada a interagir mais, segurando e manipulando o livro e apontando alguma coisa ou cor, por exemplo.

A Fundação José Luiz Setúbal acredita que, por meio da leitura de bons livros infantis, podemos ajudar a ter crianças mais saudáveis e a construir uma sociedade melhor.

Fontes:

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