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A divulgação de medicamentos na mídia
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A divulgação de medicamentos na mídia

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20/11/2015
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Nos últimos dias vivemos no Brasil a absurda situação de um medicamento para câncer ser obrigado a ser disponibilizado para a população por um juiz, que não cumpriu as normas básicas das leis existentes no país para se liberar novos medicamentos. Imagino a confusão que leigos passam e as dúvidas que ocorrem com tantas informações que somos bombardeados pelas mídias e redes sociais.

Com todos os anúncios e propagandas para novos medicamentos e tratamentos, como posso dizer quais são seguros para o meu filho?

Um desafio da educação é a triagem, por meio das informações disponíveis, sobre a saúde das crianças. Anúncios publicitários e anúncios em revistas falam sobre produtos que ajudam e curam. Sites afirmam ter informações de saúde “de ponta”. Programas de TV e jornais relatam sobre os “mais recentes” estudos mostrando quais tratamentos funcionam e não funcionam. Então, como você pode avaliar essas mensagens?

Os anunciantes tentam de muitas maneiras levá-lo a comprar os produtos que estão vendendo. Eles podem usar certas palavras ou frases que lhe interessam, como:

“Nº 1 das recomendações dos pediatras” ou “Doutor X recomenda”. Estes são termos de comercialização que tentam levá-lo a comprar um produto. Embora o produto possa ser recomendado por um grupo de médicos, o que o anunciante não lhe diz é quantos, quando e por quais médicos a recomendação foi feita. Poderiam ser 5 ou 100 médicos entrevistados há 10 anos.

“Design patenteado”. A patente significa que o fabricante ou inventor de um produto provou ao governo que ele ou ela foi o primeiro a criar o produto. Em troca, o governo dá uma patente e diz que apenas o detentor da patente pode fazer ou vender o produto por um determinado período. Uma patente não significa necessariamente que o produto é o melhor, mais seguro, ou vai funcionar.

“Clinicamente testado”. Essa frase significa que o produto foi testado em pacientes como parte de um estudo para ver se funcionou. Há muitas maneiras de realizar estudos. No entanto, se as pessoas que fazem o estudo não seguem regras científicas estritas para fazer a pesquisa, os resultados do estudo podem ter pouco significado.

Questione suas fontes. É importante fazer as seguintes perguntas ao avaliar uma fonte:

Qual é a fonte?

Em geral, fontes nas quais você pode confiar incluem escolas credenciadas, médicos, agências governamentais, associações médicas profissionais e organizações nacionais.

Quem é o especialista?

Os médicos ou pesquisadores sendo entrevistados podem soar como especialistas, mas quais são as suas credenciais? Que conhecimentos e experiência eles têm? Eles podem ser médicos, mas são especialistas no assunto particular que está sendo falado? Existem conflitos de interesses? Eles estão trabalhando para uma empresa que pode beneficiar do seu apoio “expert”? Estão sendo pagos por seu apoio a um produto? Se assim for, isso poderia influenciar as informações que esses especialistas optam por compartilhar.

Quais são os fatos?

Saiba a diferença entre preliminares e confirmadas constatações de um achado ou “descoberta”. Pode parecer promissor, mas ainda tem de ser replicado e revisto ao longo do tempo. Não deixe que uma manchete faça você pensar que “novo estudo” é o mesmo que algo comprovado. Outra palavra de cautela: “novo” não significa melhorado. Às vezes, os medicamentos mais recentes não são uma melhoria sobre os medicamentos mais antigos e custam muito mais.

Avaliando novos tratamentos ou medicamentos 

Quando você se deparar com um novo tratamento ou medicamento, pergunte a si mesmo: Será que vai funcionar para o meu filho?

Desconfie se a informação descrevendo o tratamento ou medicamento:

  1. Afirma que irá funcionar para todos.
  2. Usa uma história sobre a experiência de uma pessoa ou depoimento como prova de que ele funciona.
  3. Cita apenas um estudo como prova.
  4. Cita um estudo sem um grupo controle (comparação).

Como é seguro? 

Desconfie se o tratamento:

  1. Vem sem instruções de utilização adequada.
  2. Não lista o conteúdo ou ingredientes.
  3. Não tem nenhuma informação ou advertência sobre os efeitos colaterais.
  4. É descrito como “inofensivo” ou “natural.” Lembre-se: a maioria dos medicamentos é feita a partir de fontes naturais. Ser “natural” não significa necessariamente que ele é bom ou seguro.
  5. Não é aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) ou, no Brasil, pela ANVISA.
  6. Aparece em um infomercial.

Como é promovido? 

Desconfie se o anúncio para o tratamento ou a medicamento:

  1. Afirma que é baseado em uma fórmula secreta.
  2. Afirma que funciona imediatamente e permanentemente.
  3. Afirma que é um “milagre” ou uma descoberta “surpreendente”.
  4. Afirma que é uma “cura”.
  5. Indica que está disponível a partir de uma única fonte.

Lembre-se: você não deve confiar em tudo que lê ou ouve. Certifique-se de que o seu pediatra sabe sobre suas dúvidas e preocupações; compartilhe as informações que você encontrou. Você e seu pediatra são parceiros na saúde do seu filho.

Nosso blog procura dar informações seguras com profissionais confiáveis e que usam informações baseadas em evidências científicas.

Leia também: Remédios e intoxicações em crianças

Fonte: From the American Academy of Pediatrics – Medicine and Mídia (Copyright © 2004 Academia Americana de Pediatria)

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 23 de agosto de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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