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Ter uma medicação disponível em casa é um pré-requisito para a adesão à medicação. Um estudo publicado na edição de setembro de 2018 da Pediatrics teve como objetivos avaliar a prontidão da medicação para a asma infantil em crianças com idade pré-escolar de minorias urbanas de baixa renda e a associação entre crenças sobre medicamentos e prontidão para medicação.
O estudo realizado em Baltimore nos EUA com crianças pré-escolares urbanas com asma mostrou que menos da metade de seus cuidadores estavam preparados para administrar medicação para o manejo de rotina ou resposta de emergência à condição crônica da criança.
O estudo, “Home Medication Readiness for Preschool Children With Asthma“, definiu prontidão à medicação como a disponibilidade física de medicamentos em casa que não estavam expirados e tinham doses restantes.
Além disso, os pesquisadores perguntaram se cada cuidador poderia identificar corretamente se a medicação era uma medicação de resgate ou de controle, e também se o cuidador poderia declarar quaisquer instruções de dosagem para a medicação. Usando esses critérios, eles observaram grandes lacunas na disponibilidade de medicação, incluindo indisponibilidade dos medicamentos e falta de conhecimento sobre como usar os medicamentos.
O estudo incluiu quase 300 cuidadores de crianças entre dois e seis anos de idade, de famílias predominantemente afro-americanas. Apenas 60% das crianças tinham medicação de resgate e menos de 50% tinham medicação de controle que atendia aos cinco critérios do índice de prontidão.
A disponibilidade inadequada de medicamentos para asma infantil em casa é uma barreira para a adesão entre pré-escolares urbanos de baixa renda. A avaliação da prontidão da medicação deve ser incorporada ao atendimento clínico, porque essa é uma barreira pouco reconhecida para a adesão, e intervenções são necessárias para melhorar o gerenciamento e o conhecimento sobre medicação para aumentar a adesão.
Na minha vida profissional vivi muitas vezes este problema e imagino que ele exista cada vez mais. Num país tão desigual como o Brasil, os médicos e profissionais da saúde devem ser formados para conseguir transmitir ao paciente mais humilde sobre a doença e sobre o tratamento a ser feito.
Programas de fornecimento de medicação e de farmácias populares são essenciais para que os portadores de doenças crônicas tenham seu medicamento e consigam fazer o tratamento de forma adequada, sem interrupções.
Saiba mais sobre este assunto no blog do Hospital Infantil Sabará:
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Pediatrics August 2018
From the American Academy of Pediatrics
“Home Medication Readiness for Preschool Children With Asthma”
Jennifer A. Callaghan-Koru, Kristin A. Riekert, Elizabeth Ruvalcaba, Cynthia S. Rand, Michelle N. Eakin
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.