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Vivemos numa sociedade em que as crianças possuem uma agenda tão lotada que mais parecem pequenos executivos. Escola, inglês, futebol, ballet, escolinha de esportes, natação, entre outros tantos compromissos sugam as energias de nossos pequenos e provocam cansaço. Além disso, as crianças vão dormir cada dia mais tarde e acordam cedo para poder dar conta dessa agenda carregada que lhes é imposta.
Aliado a esses fatores, o segundo semestre é geralmente mais puxado que o primeiro. Os feriados são mais escassos e a correria nas escolas absorve toda energia possível das nossas crianças.
Surgem então os primeiros sinais de fadiga ou cansaço, isto é, aquela sensação de falta de energia no corpo. O cansaço infantil pode estar ligado também a distúrbios do sono ou até mesmo indicar depressão. É preciso avaliar as condições das crianças: quantidade de atividades físicas, alimentação, estresse emocional, relação com a escola, sono.
Há momentos em que o corpo (ou a mente, ou ambos) pedem uma trégua. Nesses momentos temos duas opções: ou descansamos – e o cansaço passa – ou persistimos e continuamos sem descanso, até esgotarmos nossos limites e cairmos em alguma doença. Assim também acontece com as crianças. Cada um possui seus limites físicos e psíquicos em termos de cansaço, e isso pouco tem a ver com estrutura esquelética ou muscular, com obesidade ou magreza. Em algumas épocas do ano o cansaço é mais frequente, principalmente no final do ano letivo. É preciso que fiquemos sempre alertas.
As três razões principais de cansaço infantil são:
Na fase dos 11/12 anos, muitas crianças queixam-se de dores de cabeça, causadas muitas vezes pelo bombardeio hormonal que se dá nessa faixa etária. No entanto, deve-se ficar atento às possíveis enxaquecas.
O cansaço pode também estar associado a fatores psíquicos, isto é, uma tentativa de chamar a atenção, seja porque a criança se sente marginalizada dentro da família, seja porque se sente desprezada, seja porque se sente pouco amada. Uma doença em família também pode ser causa de cansaço na criança.
O importante é sempre estarmos atentos às nossas crianças. Cuidar para que não tenham uma agenda lotada, que tenham alimentação saudável e regrada, que tenham horas de sono compatíveis com a idade e, acima de tudo, que tenham momentos de descanso, sejam eles vendo TV, jogando videogame ou simplesmente brincando com carrinhos e bonecas. Uma criança que brinca, pula, dança, canta, sorri é sinal de criança descansada e feliz!
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Por Maria Helena S. Castro, psicomotricista, atua com crianças que têm dificuldade neuromotora
Atualizado em 10 de julho de 2024
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