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Crianças Silenciosas
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Crianças Silenciosas

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08/03/2018
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O curta metragem “Silent Child” ganhou um Oscar na edição de 2018. Não vi o filme, que me parece que não entrou em circuito comercial no Brasil, embora esteja disponível no YouTube.

 

O tema do filme me suscitou a escrever esta postagem. The Silent Child é um drama em curta-metragem que conta a história de Libby, uma garota surda de quatro anos que aprende a língua de sinais ajudada por uma assistente social. Por coincidência, o Dia Mundial da Audição é lembrado em 3 de março.

No Brasil, os surdos só começaram a ter acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II, que criou a primeira escola de educação de meninos surdos, em 1857, no Rio de Janeiro. Contudo, foi somente em 2002, por meio da sanção da Lei n° 10.436, que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no País. A legislação determinou também que deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão de Libras como meio de comunicação objetiva.

Como se vê no filme, este é um problema de vários países e que aflige crianças no mundo todo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou uma campanha para prevenir e advertir dos desafios que devem ser abordados no campo da audição nos próximos 30 anos. Segundo a OMS, 466 milhões de pessoas no mundo sofrem com problemas auditivos hoje em dia – sendo 34 milhões crianças -, enquanto há cinco anos o número total de casos era de 360 milhões. A organização também calculou que em 2030 o número de afetados poderia alcançar os 630 milhões.

De cada 1.000 crianças, uma nasce com problemas de surdez. Dados mundiais indicam que 60% dos casos são causados pela herança genética do bebê. No Brasil, mesmo que a maioria dos casos tenha causas não-genéticas, como rubéola, meningite ou falta de oxigênio no parto, com a melhoria da atenção da saúde materno-infantil, a proporção de casos de origem genética tende a aumentar progressivamente. Entretanto, dificilmente a surdez é constatada antes que a criança complete dois anos. Nessa altura, ela já pode ter sofrido prejuízos, causados pela falta de estímulos cerebrais relacionados com a fala, que vão prejudicá-la pelo resto da vida. É consenso entre os médicos que a melhor época para o tratamento ocorre por volta de um ano e meio.

Para ajudar nesse problema, o teste da orelhinha se tornou obrigatório e gratuito no Brasil em 2010, e detecta problemas auditivos nos bebês ainda na maternidade. Assim, o teste reduz enormemente o tempo de detecção, ajudando a prevenir a criança de problemas ligados à linguagem.

Em 2000, o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 5,3 milhões de domicílios e 5.507 municípios, indicava 1,1 milhão de surdos no Brasil e mais 4,6 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência auditiva. Em 2010, o número subiu para 9,7 milhões com deficiência auditiva, onde 344,2 mil são surdos.

Esta também é uma preocupação do Sabará Hospital Infantil, que está montando um centro de audiologia para lidar com crianças que sofrem deficiência auditiva, e que deve abrir em breve.

Saiba mais sobre o assunto:

Teste da orelhinha e a surdez infantil

Diagnóstico precoce de crianças com perda auditiva

Uso de linguagem gestual após o implante coclear pode retardar o desenvolvimento verbal

 

Fontes:

http://revistapesquisa.fapesp.br/2000/02/01/a-genetica-da-surdez/

https://uniaoazul.wordpress.com/2016/09/06/os-numeros-e-causas-da-surdez-no-brasil/

https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2018/03/oms-adverte-que-900-milhoes-de-pessoas-podem-ter-surdez-ate-2050.html

 

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 25 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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