PESQUISAR

Sobre o Centro de Pesquisa
Sobre o Centro de Pesquisa
Residência Médica
Residência Médica
Brincadeira de “mentirinha”
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp
Brincadeira de “mentirinha”

Brincadeira de “mentirinha”

27/01/2016
  3200   
  0
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp

O faz-de-conta das brincadeiras das crianças é de verdade. Quando elas brincam, estão vivenciando de verdade aquela experiência, nada é de “mentirinha”. Mas e os brinquedos? E as experiências fora da brincadeira?

Durante as férias escolares tivemos a programação de férias da Casa Ubá: foram 5 semanas recebendo crianças de 3 a 10 anos vindas de diversas escolas. Tivemos uma rotina diferente, pois normalmente atendemos grupos de crianças que vem todas as semanas num trabalho contínuo (crianças e famílias que já nos conhecem e que tem intimidade com a casa). Nas semanas de férias vivenciamos o inverso: muitas das crianças não se conheciam, não nos conheciam e nem à casa. Com cada uma das famílias fizemos o acolhimento para recebê-las de modo singular. Os encontros entre as crianças normalmente são fluidos e num contexto que lhes é propício para brincar.

Apresentamos a casa para quem chegava e foi assim que, no meio de tantas famílias diferentes que conhecemos, notamos falas em comum: “Meu filho vai adorar este telefone de verdade pra brincar”, “Aqui eles brincam com objetos de verdade?”, “Ele pode pegar esta torneira, ou estava ali sem querer?”,  “As crianças que fazem o lanche?”.

Quando se trata de brincadeiras de faz-de-conta, muitas vezes as crianças brincam com os objetos que imitam o real, mas são feitos de outros materiais, normalmente de plástico. A diferença na textura, nas cores e mesmo no cheiro dos materiais não era comum para muitas crianças. E, de fato, os brinquedos na Ubá que são mais disputados pelas crianças são os “brinquedos de verdade”. É claro, pois a brincadeira fica mais real se a pia da casinha tiver uma torneira de verdade, se o telefone for um daqueles antigos e se, ao invés daquelas panelinhas de plástico, usarmos panelas de metal.

Não eram só os “brinquedos de verdade” que lhes chamavam atenção, mas também as ações das crianças, que poderiam ser de verdade. Ajudar a descascar uma banana, cortar maçã, preparar a mesa com copos e pratos para todos… O momento do lanche muitas vezes era esperado, pois as crianças adoram auxiliar nessas tarefas, algumas nunca auxiliam em nenhuma destas ações em suas casas.

As brincadeiras das crianças foram se aprofundando ao longo da semana e as “ações de verdade” foram migrando para brincadeiras mais elaboradas. Para elas, o faz-de-conta e o real se misturam de uma forma muito orgânica e fluida. Ajudar em pequenas ações do dia a dia, além de incrementar as brincadeiras, também favorece a autonomia e uma relação respeitosa com o espaço onde estão e com as pessoas com quem convivem neste lugar. Gestos simples do cotidiano.

Leia também: Mentira ou faz-de-conta?

Atualizado em 29 de agosto de 2024

Bruna Mutarelli

Bruna Mutarelli

Formada em Pedagogia pela Universidade de São Paulo e mestre em Educação pela Universidade do Porto. Foi professora de educação infantil em escolas particulares. Atualmente é pós graduanda em Estimulação precoce: clínica transdisciplinar do bebê, pelo Instituto Travessias da Infância. Sempre gostou dos afazeres manuais e de olhar para as miudezas da infância.

deixe uma mensagem O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

posts relacionados

INICIATIVAS DA FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL
Sabará Hospital Infantil
Pensi Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil
Autismo e Realidade

    Cadastre-se na nossa newsletter

    Cadastre-se abaixo para receber nossas comunicações. Você pode se descadastrar a qualquer momento.

    Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade de Instituto PENSI.