As crianças que vivem em áreas rurais americanas são mais propensas a ter os resultados de saúde piores do que as crianças que vivem em áreas não-rurais e são cinco vezes mais propensas a viver em áreas que carecem de serviços médicos locais adequados, de acordo com um novo estudo, “Characteristics of Rural Children Admitted to Pediatric Hospitals”, publicado em abril pela revista Pediatrics.

No Brasil, com um sistema de saúde único (SUS) e o sistema suplementar com desigualdades enormes, não só de qualidade de serviço como de localização de hospitais, esta diferença deve ser enorme. Os hospitais que trabalho atualmente, como a Santa Casa de São Paulo e o Hospital Infantil Sabará, ambos referências no Brasil, recebem pacientes de muitos lugares além da Região Metropolitana de São Paulo.

Os pesquisadores descobriram que as crianças de áreas rurais que estão internadas em hospitais pediátricos internam mais frequentemente e tem um custo de tratamento mais elevado do que as crianças não-rurais, e são mais propensas a serem readmitidas no hospital. Isto ocorre devido aos desafios enfrentados pelos hospitais e prestadores de cuidados de saúde locais para coordenar serviços médicos após a alta da criança, de acordo com o estudo. A pesquisa mostrou que a maioria das crianças rurais hospitalizadas residia em bairros de extrema pobreza.

É necessária mais investigação para determinar a melhor forma de satisfazer as necessidades de cuidados de saúde de crianças da zona rural, que apresentam altos índices de complexidade médica e muitas vezes viajam longas distâncias para cuidados médicos. Para o Brasil, o trabalho deve ser árduo e feito com muito planejamento, com o risco de nosso sistema de saúde entrar em colapso.

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Fonte: Pediatrics april 2016 – Characteristics of Rural Children Admitted to Pediatric Hospitals

Alon Peltz, Chang L. Wu, Marjorie Lee White, Karen M. Wilson, Scott A. Lorch, Cary Thurm, Matt Hall, Jay G. Berry

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Atualizado em 23 de setembro de 2024