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Com a proximidade do final do semestre, as preocupações com as notas e o desempenho acadêmico ficam mais evidenciadas tanto para o aluno como para os responsáveis que, em geral, esperam visualizar um boletim “exemplar”.
Acredito que tais problemas afligiram a todos que passaram por essa fase. Por esses motivos procuro me colocar no lugar dos alunos e entender suas dificuldades na escola, que podem ter ocorrido por falta de compromisso, ausência, desorganização, pouco estudo ou excesso de conectividade. É hora de tomar uma atitude!
Muitas crianças e jovens são constantemente cobrados por resultados expressivos nas avaliações e nos boletins; contudo, alguns não conseguem se concentrar, transmitem a impressão de desconforto, agitação corporal, como pernas tremulando, movimentos com as mãos, sensações subjetivas diversas, dentre outros sintomas de ansiedade. Possivelmente deixaram para estudar nas vésperas das provas ou passaram conectados aos grupos e mídias sociais, descompromissados com a escola e, quando percebem, as avaliações chegaram.
Conscientizar os filhos da importância de manter o foco, a disciplina, administrar a rotina, priorizar as matérias de maior dificuldade, fazer as lições de casa, praticar atividades extras, ainda que seduzidos pelos eletrônicos (gadgets) não é tarefa fácil. Todos estes fatores requerem do estudante e das famílias participação e cumplicidade. Aos pais, cabe impor o limite com segurança, e, aos filhos, o exercício da responsabilidade e do papel de estudante.
É preciso orientar as crianças e adolescentes a buscar solução, pois muitos não sabem lidar com as consequências. O que observo é que a corrida pelo conceito final gera ansiedade, medo, angústia, baixa autoestima e, dependendo da condição emocional do indivíduo, pode ser mais ou menos intensa. Em muitos casos não se trata de um transtorno, mas do despreparo do estudante ou da criança em trabalhar com as causas resultantes de sua postura e da desorientação. Ficam atormentados!
Segundo o professor Gustavo Teixeira, mestre em Educação pela Framingham State University, e autor do livro Manual dos Transtornos Escolares, o desenvolvimento de transtornos ansiosos em crianças e adolescentes é multifatorial e pode ser desencadeado pelo modelo oferecido pelo adulto, pelas experiências dessas crianças ou adolescentes, herança genética, temperamento, tipo de relacionamento familiar e tipo de criação oferecida.
Pensando em ajudar os estudantes e as famílias a vencer a recuperação, sugiro algumas medidas emergenciais que poderão contribuir para amenizar a situação instalada:
Ao final de tudo, o estímulo dos pais diante das tarefas realizadas e a mudança de atitudes do aluno produzirá um efeito significativo para uma vida escolar bem-sucedida e sem ansiedade. E o mais importante: é hora do adulto participar do processo, levando o estudante a perceber que gerenciar os estudos de forma dinâmica e disciplinada é fundamental para passar pelos próximos finais de semestres tranquilamente.
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Por Liliam Abrão Martins, professora de Ensino Fundamental I e Educação Infantil, psicopedagoga e analista junguiana.
Atualizado em 7 de agosto de 2024