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Gagueira em crianças e pré-escolares: o que é típico, o que não é?
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Gagueira em crianças e pré-escolares: o que é típico, o que não é?

Gagueira em crianças e pré-escolares: o que é típico, o que não é?

26/04/2018
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À medida que os bebês e pré-escolares se tornam cada vez mais verbais, eles podem começar a tropeçar em suas palavras, levantando preocupações sobre a gagueira. Mas como saber quando as dificuldades são normais e fazem parte do desenvolvimento?

Não é incomum que crianças pequenas tenham problemas na fala (por exemplo, repetição de palavras ou frases). De fato, cerca de 5% de todas as crianças tendem a ser disfluentes em algum momento de seu desenvolvimento, geralmente entre as idades de dois anos e meio a cinco anos. Também é muito comum uma criança ir e voltar entre períodos de fluência e disfluência. Às vezes, isso pode ocorrer sem razão aparente, mas muitas vezes isso acontece quando uma criança está excitada, cansada ou se sente apressada para falar.

Durante esse período, as crianças estão expandindo seus vocabulários rapidamente e aprendendo regras complexas de linguagem. Essas regras permitem que as crianças mudem mensagens simples (“suco, mamãe”) para frases mais longas e complicadas que exigem mais coordenação (“mamãe, coloca o suco no copo azul”). É natural que possa haver algumas perturbações ao longo do caminho.

Para a maioria das crianças e pré-escolares, a maioria das disfluências desaparece sozinha após um curto período de tempo. Em outros casos, as disfluências persistem e os sinais da gagueira tornam-se mais evidentes. Obter ajuda profissional cedo oferece as melhores chances de reduzir a gagueira. Mas como os pais podem saber a diferença entre a disfluência típica que desaparecerá e os primeiros sinais de disfluências não típicas que podem indicar a gagueira?

Se o seu filho está realmente gaguejando, ele ou ela pode segurar o primeiro som em uma palavra, como “Ssssssonhei com sorvete”, ou repetir o som, como em “Olhe para o bbb-bebê!” Além disso, as crianças que gaguejam muitas vezes desenvolvem outros maneirismos, como piscar os olhos, ficar com a boca tensa, olhar para o lado e evitar contato visual.

 

Fatores de risco para gagueira:

1- A história familiar é o maior preditor de uma criança ter probabilidade de gaguejar;

2- Meninos pequenos têm duas vezes mais chances de gaguejar do que as meninas, e os meninos em idade escolar têm três a quatro vezes mais chances de gaguejar do que as meninas;

3- Idade de início. As crianças que começam a ter dificuldades aos 4 anos de idade são mais propensas a ter uma gagueira persistente do que aquelas que começam a gaguejar em uma idade mais jovem;

4- Distúrbios de fala e / ou linguagem coexistentes aumentam a probabilidade de uma criança gaguejar.

 

Se você está preocupado com a fala do seu filho, converse com seu pediatra sobre uma avaliação de fala e linguagem. Uma avaliação completa feita por um fonoaudiólogo certificado pode ajudar você a determinar melhor se a gagueira persistirá. Os fonoaudiólogos ajudarão os pais a determinar o melhor curso de ação (por exemplo, monitorar de perto a fluência da criança, inscrever-se em serviços de tratamento e/ou educação dos pais).

O tratamento precoce da gagueira é muito importante, pois é mais provável que ela seja eliminada quando a criança é jovem (antes de ingressar no ensino fundamental). Existem duas abordagens principais de tratamento para a gagueira:

1- O tratamento indireto é quando o fonoaudiólogo ajuda os pais da criança a modificar seus próprios estilos de comunicação. Abordagens indiretas são efetivas em reduzir ou mesmo eliminar a gagueira em muitas crianças pequenas;

2- O tratamento direto envolve o fonoaudiólogo que trabalha com as próprias crianças individualmente ou em pequenos grupos, dando-lhes estratégias de fala específicas para facilitar as palavras e reduzir a tensão durante os eventos de gagueira. Além disso, o tratamento direto pode envolver ajudar a criança a diferenciar entre fala suave (fluente) e irregular (gaguejada).

 

Depois dos sete anos, torna-se improvável que a gagueira desapareça completamente. Ainda assim, o tratamento pode ser muito eficaz para ajudar a criança a administrar efetivamente a gagueira – ajudando a desenvolver habilidades necessárias para lidar com situações difíceis (por exemplo, provocações e bullying) e a participar plenamente da escola e das atividades. Para crianças mais velhas, o tratamento da fala ainda é benéfico, encorajado e eficaz para ajudar a reduzir a gravidade e o impacto da gagueira.

Aqui estão algumas maneiras pelas quais os pais podem ajudar:

  • Reduza o estresse da comunicação. Existem diferentes técnicas para colocar menos pressão sobre uma criança em uma situação de fala. Repensar as perguntas como comentários (usando “Você jogou bola hoje na escola. Deve ter sido divertido!”, em vez de “O que você fez na escola?”). Os pais também podem fazer o melhor para reduzir as situações que desencadeiam a gagueira do filho;
  • Fale sobre isso. Quando as crianças estão conscientes de sua gagueira, é melhor estar aberto e falar sobre isso de uma forma positiva. Deixe-os saber que não há problema em ter “discurso irregular”. Se uma criança parece não estar ciente do problema, não há necessidade de falar sobre isso até que você consulte um fonoaudiólogo.
  • Pratique a paciência. Dê às crianças tempo para terminar o que estão dizendo. Não as apresse ou interrompa. Não diga a elas para “desacelerar” ou “pensar sobre o que você quer dizer”. Frases como essas geralmente não ajudam as crianças com gagueira;
  • Seja um exemplo de bons hábitos de fala. Embora dizer a uma criança como falar geralmente não seja útil, os pais podem modelar hábitos de fala que ajudam na gagueira, como diminuir a velocidade quando falam, fazer mais pausas entre frases e falar de maneira descontraída;
  • Procure um profissional. O pediatra da criança, por exemplo, pode fornecer uma recomendação.

Se você continuar a ter preocupações sobre a fala do seu filho, peça uma reavaliação ou encaminhamento para um teste formal adicional.

Leia também: A preocupação com a gagueira

Fonte: Direitos autorais © 2015 American Academy of Pediatrics e American Speech-Language-Hearing Association

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 2 de dezembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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