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O Sabará Hospital Infantil publicou, há alguns dias, que realizou sua centésima cirurgia cardíaca desde o início de seu programa, há pouco mais de um ano. Além disso, estamos estudando um projeto de auxílio e capacitação de outros serviços para atendimento de populações carentes fora de São Paulo.
Um novo estudo americano mostra que as crianças dos bairros de baixa renda eram menos propensas a sobreviver após a cirurgia para defeitos cardíacos congênitos do que aquelas de áreas mais ricas. Publicado em março de 2018 na revista Pediatrics, o estudo “Disparidades nos resultados e no uso de recursos após hospitalização para cirurgia cardíaca por renda do bairro” vinculou os dados do Sistema de Informações sobre Saúde Pediátrica e do Escritório do Censo dos EUA para examinar a relação entre renda familiar por código postal e mortalidade, tempo de internação, custos padronizados de internação e custos por dia, além dos efeitos de raça e pagador.
Crianças de bairros de baixa renda que foram submetidas a cirurgia cardíaca tiveram 1,18 vezes mais chances de mortalidade, 7% mais tempo de permanência e custos padronizados 7% mais elevados do que as crianças dos bairros de rendimento mais elevado.
Os pesquisadores compararam suas descobertas com a população pediátrica em geral – olhando as crianças com e sem condição crônica importante, e observaram resultados surpreendentemente semelhantes. Crianças dos bairros de menor renda tiveram 1,22 vezes mais chances de mortalidade hospitalar, 3% períodos de permanência mais longos e 3% custos padronizados totais mais elevados.
Os pesquisadores sugeriram que podem existir algumas diferenças no ambiente intrauterino, taxas de diagnósticos pré-natais, tempo de encaminhamento para centros de subespecialidade e / ou outros vieses conscientes ou inconscientes no cuidado, entre outros fatores que merecem mais estudos.
Os autores do estudo disseram que as possíveis causas das diferenças de saúde por bairro identificadas em estudos anteriores foram consideradas em grande parte como baseadas em diferenças nos hospitais ou devido a variações na saúde comportamental, como dieta, tabagismo, exercício ou estresse.
Leia também: Cardiopatia congênita
Fonte: Pediatrics – February 2018
Brett R. Anderson, Evan S. Fieldston, Jane W. Newburger, Emile A. Bacha, Sherry A. Glied
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 27 de novembro de 2024