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É muito frequente ouvir nos noticiários acidentes ou problemas ocasionados por crianças que ficam por conta própria, sem acompanhamento, em casa. Hoje em dia, as novas regras para empregados domésticos e a necessidade de ambos os pais trabalharem fora muitas vezes acarretam na decisão de deixar o filho sozinho em casa.
Antes de fazê-lo, há vários fatores que devem ser levados em conta. Por exemplo, o bairro em que você mora é seguro? Há vizinhos durante o dia que poderiam dar uma mão em caso de emergência? Mesmo com esses questionamentos, a questão mais importante é saber se o seu filho ou filha está pronto para lidar com essa grande responsabilidade.
Estudos descobriram que as crianças que apresentam níveis mais elevados de medo, estresse, solidão e tédio perdem mais dias de aula e têm pontuações acadêmicas mais baixas. Elas também são mais propensas a experimentar sexo e drogas em comparação àquelas que não são deixadas sozinhas por longos períodos de tempo.
Antes de optar por deixar o jovem sozinho em casa, ele deve ser capaz de realizar as seguintes tarefas domésticas de rotina:
Sabe atender corretamente o telefone. Crianças nunca devem divulgar a uma voz desconhecida que estão sozinhas. Uma resposta apropriada seria: “Minha mãe não pode atender ao telefone agora, pode me dar o seu número para que ela ligue para você depois?”.
Sabe o que fazer e para quem ligar em caso de um incêndio, uma crise médica, um estranho suspeito na porta ou outra emergência. Adolescentes precisam ser treinados sobre como responder a cada uma dessas situações. Coloque os números de telefone de emergência na geladeira e em cada aparelho de telefone da casa. Tenha certeza também de que eles possuem, pelo menos, duas rotas de fuga.
Sabe onde encontrar os suprimentos de primeiros socorros e como lidar com curativos básicos como cortes, arranhões, hemorragias nasais, pequenas queimaduras e assim por diante.
Sabe como ligar e desligar o disjuntor elétrico ou substituir o fusível.
Sabe onde encontrar as válvulas de corte de água de todos os banheiros e pias no caso de um vazamento ou transbordamento.
Sabe como apagar um fogo para cozinhar. Mantenha bicarbonato de sódio, farinha ou um extintor de incêndio na cozinha. Adolescentes devem saber que não é indicado jogar água em um incêndio de gordura.
Sabe como contatá-lo em caso de emergência.
Sabe os nomes do pediatra, do hospital de preferência, do plano de saúde e o tipo de cobertura.
Decidir sobre as regras e as responsabilidades vigentes durante as horas em que seu filho ou filha ficará sem supervisão. Para eliminar a confusão, sugerimos que você as coloque por escrito. Entre os pontos a se levar em conta:
• Ela está autorizada a levar amigos? Quantos? Apenas amigos do mesmo sexo?
• Sob quais circunstâncias se deve atender a porta? Ou não é para abrir a porta a ninguém?
• Que atividades estão fora dos limites? Por exemplo, existem canais da TV que ela está proibida de assistir? Os pais que não estão em casa podem querer investigar ferramentas de controle parental para TVs e computadores ligados à internet. Apesar de não existir nenhuma maneira infalível, é possível controlar os filtros que permitem a escolha do tipo de programação que os pais querem que os filhos assistam.
• É esperado que a criança conclua a lição de casa e/ou certas tarefas antes de você chegar em casa?
• Tente o seu melhor para entrar em contato com o adolescente nos períodos em que ele estiver sozinho em casa, mesmo que seja apenas uma breve conversa para descobrir como foi seu dia. As crianças devem sempre ser capazes de contatar os pais por telefone ou mensagem.
• Se você for chegar tarde em casa, avise. Crianças se preocupam também!
Estas são algumas dicas da Academia Americana de Pediatria adaptadas à nossa realidade. Não são infalíveis, mas ajudam na tomada de decisão se este for um problema a ser enfrentado na sua vida.
Leia também: Criança sozinha em casa: informação para os pais
Fonte: Caring for Your Teenager | American Academy of Pediatrics
Atualizado em 28 de maio de 2024