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Um artigo publicado na revista Pediatrics relatou casos de ferimentos causados por aparelhos de TV. Para falar a verdade, não sei se este problema aflige as crianças brasileiras, mas a pauta chamou minha atenção. Pensei e cheguei à conclusão que, em mais de trinta anos como pediatra, nunca ouvi um relato. Porém, durante um terremoto que presenciei nos EUA, o móvel onde estava a televisão caiu sobre a cama na qual eu dormia. Talvez, com os aparelhos de tela plana que têm um equilíbrio mais instável, o número de acidentes esteja aumentando lá e cá, pois não haveria razão para ser diferente.
Quase todos os lares nos Estados Unidos e no Brasil possuem, pelo menos, uma televisão e muitas famílias podem não estar cientes dos riscos de lesões que esse aparelho representa para as crianças.
O estudo mencionado acima constatou que mais de 17 mil crianças americanas são tratadas em departamentos de emergência a cada ano por uma lesão relacionada aos televisores, ou seja, uma criança a cada 30 minutos.
Ferimentos causados pela queda de TVs representaram 12.300 lesões entre crianças menores de 18 anos em 2011, um aumento de 125% em relação ao número de 1990. Em quase metade (46%), o incidente ocorreu com a queda de um aparelho da cômoda ou do armário contra 31% que aconteceu em centros de entretenimento ou por causa do suporte de TV. As crianças menores de 5 anos de idade representaram 64,3% de todos os pacientes feridos, sendo que os meninos responderam por 60,8% dos casos. A região da cabeça/pescoço foi a área do corpo mais atingida (63,3%), seguido pelas pernas (21,5%).
Como se vê, são números que não podem ser ignorados e os autores sugerem que os fabricantes estudem formas de fixação e de suporte para os aparelhos ficarem mais seguros. Os usuários devem pensar onde colocarão o aparelho e fixá-lo de forma a prevenir possíveis acidentes.
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Fonte: Television-Related Injuries to Children in the United States, 1990-2011 | Pediatrics
Atualizado em 17 de maio de 2024