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Após 20 anos de queda consistente, os números mostrados pelo Observatório da Criança e do Adolescente, mantido pela Fundação Abrinq, mostram que os números de mortalidade infantil e de mortes por causas evitáveis cresceu em 2016, segundo notícia publicada no jornal Valor Econômico no dia 14 de maio. Uma outra situação onde houve piora foi a desnutrição: o percentual de crianças menores de 5 anos em desnutrição (medida pela baixa estatura para a idade) aumentou de 12,6% para 13,1% de 2016 para 2017, de acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, também reunidos pela Fundação Abrinq.
A taxa de mortalidade infantil é calculada pelo número de mortos até um ano a cada mil nascidos vivos. Monitora-se, ainda, a taxa que se chama de mortalidade na infância, que considera o número de crianças de até 5 anos mortas a cada mil nascidos vivos.
O número de mortes infantis, no geral, em 2016 caiu, mas a velocidade de queda diminuiu. O preocupante é que as mortes após 28 dias de nascido e até 4 anos aumentam, isso mostra que na parte neonatal, mais influenciada pela tecnologia, a evolução continua, no entanto, as faixas que são mais vulneráveis à piora da pobreza, continuam altas. Algumas são muito associadas à pobreza, por exemplo, as gastrointestinais (diarreia), que vinham reduzindo fortemente, mas têm repique em 2016.
Especialistas consultados pelo Valor avaliam que os indicadores ligados à sobrevivência e ao cuidado com a primeira infância, como a desnutrição, foram afetados de maneira significativa pelo encolhimento de programas especializados em assistência à saúde da mãe e ao aleitamento materno. Levantamento feito pela Fundação Abrinq aponta que alguns programas tiveram corte nos investimentos em 2016. Alguns exemplos citados na reportagem:
1- Rede Cegonha, voltado à atenção à mãe no pré-natal, parto e nascimento, e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida.
2- Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), em que o governo federal repassa aos Estados recursos para garantir a alimentação na escola para alunos de todas as fases da educação pública.
Os dados do Observatório ainda não estão totalmente consolidados e analisados, mas já dá para visualizar uma piora e que isso já alertou o Ministério da Saúde. O problema se dá de forma geral em todo o país e mostra o quanto é arrasadora uma crise econômico-financeira como a que estamos vivendo há alguns anos. Certamente doenças como a Zika, Dengue, Chikungunya e Febre Amarela devem ter seu papel, mas é mais uma evidência do pouco caso que nossas autoridades dão para a Saúde. Em outubro teremos eleições para diversos níveis de representação. Que na hora de escolhermos nossos candidatados e representantes na Assembleia, na Câmara e no Senado, reflitamos sobre o que eles realmente vão fazer para nosso Estado e para nosso País.
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Atualizado em 4 de dezembro de 2024