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O que impressiona não é apenas a escala de capital comprometida pelos principais filantropos (pelo menos US$ 10,3 bilhões em todo o mundo em maio de 2020, de acordo com o Candid, que está acompanhando as principais doações), mas também como está sendo concedida: em velocidade recorde, com menos condições, e em maior colaboração com os outros. Em meados de maio foi alcançada a enorme cifra de R$ 5,2 bilhões doados no Brasil para a pandemia de Covid -19. Muito dinheiro para um país onde se fala que não se doa muito. Ou seja, se doou no Brasil cerca de 10% do que foi doado no mundo.
Há alguns anos me dedico a trabalhar a cultura da doação no Brasil, nossa Fundação ajuda no patrocínio de pesquisas sobre o tema, e eu pessoalmente participo de eventos e discussão que buscam fomentar a cultura da doação.
A crise nacional de saúde, somada com os problemas de ordem social e econômica provocada pela pandemia de Covid-19 criou uma onda de solidariedade no Brasil que já resultou nestes mais de R$ 5 bilhões de doações e a expectativa é de que, da tempestade, possa surgir uma cultura maior de doações no Brasil.
A maior parte destas doações (86%) é proveniente de empresas, sendo pelos cálculos da ABCR, dos R$ 5 bilhões doados, R$ 1,360 bilhão está ligado ao Grupo Itaú ou às famílias controladoras e suas fundações e seguido pela Vale e JBS como os principais doadores. Campanhas de financiamento coletivo respondem por 7% das doações. São mais de 300 campanhas, que juntas já arrecadaram mais de R$ 345 milhões. Representa cerca de 320 mil pessoas doando, de R$ 5 a R$ 1 mil. É bastante democrático e diverso.
Cerca de 70% das doações são direcionadas para infraestrutura e insumos de saúde (como máscaras, EPIs, respiradores e reagentes para testes). Outra parcela grande é para lidar com os impactos socioeconômicos do isolamento e da pandemia. Muitas campanhas são pensadas para a segurança alimentar, fazendo chegar alimentos onde o benefício do governo não chega.
Nossa Fundação também contribui neste montante. Por decisão do seu Conselho Superior, decidiu usar R$ 1 milhão do seu Fundo patrimonial para doações emergenciais em ações sociais como cesta básica, geração ou complementação de renda, em áreas de atuação de nossos parceiros habituais. Nossa previsão é que este dinheiro seja usado em 4 a 6 meses.
Foram escolhidas ações em parceria com o Projeto Emfrente da Fundação Tide Setúbal, parceria com projeto de filmes educativos “Corona no Paredão” e de geração de renda com a cooperativa de costureiras do Gerando Falcões, Instituto Rainha da Paz na Zona Sul com distribuição de cesta básicas, Fundação Abrinq também com distribuição de cestas básicas, e ajuda à moradores de rua com Missão Belém e Anjos da Noite. Além de doações de máscaras cirúrgicas e N95 para o Hospital da Santa de Casa de SP e Tide Setúbal.
Com esta atuação assistencial vamos cumprindo nossa função social como Fundação e prestando nossa solidariedade à nossa população, à nossa cidade e ao nosso país nesse momento tão sofrido para todos nós.
Saiba mais sobre estas ações:
Fontes:
Doações no Brasil superam R$ 5 bilhões
Tributação feita por Estados é entrave e desincentiva doações