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A polêmica sobre aquecimento global atinge a todos, mas certamente as crianças atuais serão as que viverão o problema de uma forma mais concreta, já que a expectativa de vida hoje já passa dos 80 anos. Mas vamos nos ater no que podemos fazer hoje e com o que devemos nos preocupar com essas crianças.
A Academia Americana de Pediatria (AAP) divulgou uma declaração de política que liga as mudanças climáticas à saúde das crianças, pedindo aos pediatras e aos políticos que trabalhem juntos para resolver esta crise e proteger as crianças de ameaças relacionadas ao clima, incluindo desastres naturais, estresse por calor, ar de menor qualidade, aumento das infecções e ameaças a alimentação e abastecimento de água.
A declaração de política da AAP “Mudança Global do Clima e Saúde da Criança“, atualização de uma política de 2007, foi publicada na edição de novembro de 2015 da revista Pediatrics. Na declaração de política de 2015, a AAP afirma que:
“Existe um amplo consenso entre organizações científicas e climatologistas de que os efeitos conhecidos comumente como ‘mudanças climáticas’ são resultado de atividades humanas contemporâneas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 88% da carga global de doenças associadas às mudanças climáticas ocorrem em crianças menores de 5 anos de idade. A mudança climática representa uma ameaça para a saúde e a segurança humanas, mas as crianças são mais vulneráveis. A falta de ação imediata e substantiva seria um ato de injustiça para todas as crianças.”
Um relatório técnico acompanha a declaração de política da AAP e oferece uma revisão das últimas evidências científicas que ligam as mudanças climáticas à saúde infantil, ao desenvolvimento, ao bem-estar e à nutrição.
1- Os bebês menores de um ano de idade são vulneráveis à mortalidade relacionada ao calor.
2- O clima influencia uma série de doenças infecciosas que afetam crianças em todo o mundo, incluindo a malária, dengue, vírus do Nilo Ocidental, Chikungunya, doença de Lyme, febre manchada nas montanhas rochosas, doenças diarreicas, meningoencefalite.
3- Existe uma preocupação emergente de que o aumento do CO2 atmosférico afete a qualidade dos grãos, reduzindo o teor de proteína das porções comestíveis de trigo, arroz e cevada.
4- As altas taxas de sintomas de transtorno de estresse pós-traumático foram encontradas em crianças após desastres relacionados ao clima, incluindo furacões e inundações.
5- Crianças nos países mais pobres do mundo, onde as cargas de doenças já são desproporcionalmente altas, são mais afetadas pelas mudanças climáticas.
6- Em 2030, as mudanças climáticas deverão causar 48.000 mortes adicionais atribuíveis a doenças diarreicas em crianças menores de 15 anos, principalmente na Ásia e na África subsaariana.
A política também defende a promoção da eficiência dos recursos e das energias renováveis, a pesquisa sobre os efeitos da saúde associados ao clima, a educação e a conscientização pública sobre esta questão crítica e o desenvolvimento e o trânsito ecológicos. A AAP exige um novo movimento de saúde pública para educar, defender e colaborar com líderes locais e nacionais sobre os riscos que a mudança climática representa para a saúde humana. Os pediatras, como defensores da população mais vulnerável aos efeitos da mudança climática, têm um papel vital a desempenhar neste movimento.
Nossa Fundação atua nesse sentido procurando colaborar na forma que lhe é permitido na Agenda 2030 de sustentabilidade do planeta.
Saiba mais:
https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/o-que-queremos-para-2030/
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Pediatrics
Global Climate Change and Children’s Health
Krystin N. Miller, Christy L. Collins, Thitphalak Chounthirath, Gary A. Smith
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.