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Chega de colheres e outras medidas
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Chega de colheres e outras medidas

Chega de colheres e outras medidas

10/07/2015
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Uma das principais causas de erro de medicação é a dosagem. Erra-se na dose e, muitas vezes, o erro está na prescrição feita pelos pediatras, pois usam medidas imprecisas como “colher de sopa”, “colher de chá”, “meio copo” etc.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) quer que os pais não aceitem mais este tipo de prescrição para medicação de seu filho. A AAP incentiva os pais, médicos e farmacêuticos a usarem apenas medidas métricas nas receitas, rótulos de medicação e copos-medida para ajudar a garantir que as crianças recebam a dose correta da medicação.

A medicação não deve ser medida em colheres de chá ou semelhantes, pois têm muitos tamanhos diferentes e não são precisas o suficiente para medir o medicamento de uma criança.

Para bebês e crianças menores, um pequeno erro – especialmente se repetido por várias doses – pode rapidamente tornar-se tóxico. A cada ano, mais de 70 mil crianças visitam serviços de emergência nos EUA como resultado de overdoses de medicamentos não intencionais. Um estudo recente demonstrou que os erros de medicação são significativamente menos comuns quando os pais usam dose única baseada em mililitros em vez de colheres de chá ou sopa.

Precisão na dosagem tem sido uma preocupação da Academia. A AAP já havia feito campanhas antes da Food and Drug Administration exigindo rotulagem e dosagem exclusivamente métrica. A declaração da política, atualizada em 2015, recomenda:

  • Deve ser adotada linguagem padrão, incluindo mL como a única abreviatura apropriada para mililitros. Medicamentos líquidos devem ser dosados para o mais próximo de 0,1, 0,5, ou 1 mL.
  • A quantidade necessária de doses deve ser claramente indicada no rótulo. Linguagem comum para descrever dosagem de tantas vezes ao dia.
  • O pediatra deve avaliar doses baseadas em mL, orientando as famílias quando esses medicamentos são prescritos.
  • Dispositivos de dosagem (copinhos ou seringas) não devem ter marcas adicionais que podem ser confusas e não devem ser significativamente maiores do que a dose especificada no medidor, para evitar erros.
  • Os fabricantes devem eliminar da rotulagem as instruções de dosagem e dispositivos que contêm outras medidas.
  • Seria importante a adoção de um padrão simples e universalmente reconhecido que influencie a forma como os médicos escrevem prescrições, como farmacêuticos dispensam os medicamentos líquidos e copos-medida e como os fabricantes imprimem etiquetas em seus produtos.

Leia também: 10 dicas de segurança de medicamentos

Fonte: Pediatrics april 2015: From the American Academy of Pediatrics – COMMITTEE ON DRUGS “Metric Units and the Preferred Dosing of Orally Administered Liquid Medications”

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o atendimento médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o seu pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 9 de agosto de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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