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Crédito da foto: National Geographic
Outro dia assisti ao filme “The cave” (A caverna), que concorre ao Oscar de melhor documentário. A história mostra o cotidiano de um hospital instalado numa caverna, um local da resistência rebelde próximo à capital Damasco, na Síria. No início de 2018, a população local sofreu ataques com armas químicas lançadas pelas Forças Armadas do ditador Bashar al-Assad.
A trama é mostrada através da Dra. Amani, pediatra e diretora deste hospital e de suas auxiliares médicas, enfermeiras e outras profissionais que lutam contra os horrores de uma guerra sangrenta, a falta de medicamento, de energia, de comida e, por incrível que possa parecer, contra o preconceito de serem mulheres.
Dra. Amani enfrenta tudo isso mostrando como se pode cuidar de crianças doentes e necessitadas de atendimento médicos mesmo nas piores condições. The Cave consegue mostrar atos de humanidade, de amor e de respeito para àquelas crianças que vão desde recém-nascidos até adolescentes e adultos. “O que pensam pais que decidem ter filhos num mundo como este?”, pergunta a pediatra num determinado momento, revoltada com a situação de bombardeio e com a falta de condições.
As crianças são tratadas com carinho e até com direito a uma festa de Natal no meio daquela situação bizarra de um hospital escondido nos subterrâneos de uma cidade bombardeada continuamente. No final do documentário, Dra. Amani pergunta: “Vê a que ponto chegamos? Ninguém imagina o que vivemos”. Mas sorrindo, demonstra estar satisfeita com o que faz.
O filme é muito bom e vale a pena ser visto. Para mim, como pediatra fica a lição da beleza da profissão que escolhemos e aquilo que nos move, cuidar de crianças. Fica também o sentimento de que sempre há esperança para o mundo, pois nele vivem pessoas com a Dra. Amani, a Malala, a Greta e tantas outras desconhecidas, mas que lutam contra a insensatez dos homens.