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Provavelmente você nunca ouviu falar de enterocolite necrosante (ECN) porque ela é uma doença rara. Existem poucas estatísticas sobre a incidência da doença no Brasil, mas estima-se que entre 7% e 10% dos bebês nascidos prematuros, ou seja, com menos de 37 semanas e abaixo de 1.500 gramas sejam afetados pela ECN. A estimativa mais conservadora aponta óbito em 20% deles. Por esta razão que existe um dia para a conscientização sobre está doença tão grave.
A enterocolite necrosante é uma lesão na superfície interna do intestino. Esse distúrbio costuma ocorrer mais frequentemente em recém-nascidos que são prematuros e/ou estão gravemente doentes.
O abdômen pode estar inflamado, as fezes podem apresentar sangue e o recém-nascido pode vomitar um líquido esverdeado, amarelo ou da cor de ferrugem e parecer muito doente e letárgico. O diagnóstico é confirmado por radiografias abdominais. O tratamento é clínico envolve a interrupção da alimentação e com medicação adequada durante uma internação hospitalar acompanhada por uma equipe multidisciplinar especializada. Em casos graves, é necessário realizar uma cirurgia para remover o intestino lesionado.
Mais de 90% dos casos de enterocolite necrosante ocorrem em recém‑nascidos prematuros. A enterocolite necrosante pode ocorrer em grupos ou como surtos em unidades de terapia intensiva neonatal. Às vezes, esses surtos podem estar ligados a bactérias específicas (como E. Coli), mas muitas vezes, a causa não é conhecida.
Especialistas no mundo todo estudam esta doença desafiadora e chegaram a pelo menos uma conclusão que não deixa dúvidas: a única maneira de se ajudar a prevenir a Enterocolite Necrosante é o aleitamento materno, inclusive com a recomendação do uso dos bancos de leite, em caso de falta de leite da mãe. Não é uma garantia de que a doença não irá aparecer, porém é o alimento mais indicado para o funcionamento correto da digestão dos bebês. Pais e profissionais de saúde devem prestar atenção a qualquer intolerância a alimentação por parte do bebê, já que pode ser um sinal de Enterocolite Necrosante, principalmente se o bebê for prematuro.
Em São Paulo existe o Instituto Pequenos Grandes Guerreiros (IPGG), entidade fundada em 2016 em São Paulo para fomentar a discussão sobre a Enterocolite Necrosante e apoiar pais e familiares de bebês afetados com ajuda de uma equipe multidisciplinar altamente capacitada. Algumas doenças do trato digestivo da criança a impedem de ingerir ou absorver o mínimo necessário de nutrientes e líquidos para manter seu crescimento adequado. Esta situação é denominada Insuficiência Intestinal.
No Sabará Hospital Infantil, contamos um Programa Avançado de Reabilitação Intestinal liderado pela Dra. Maria Paula Coelho e Dr. Rogério Carballo que atende a maioria das crianças nesta situação depende de suporte nutricional através da veia, chamado de nutrição parenteral.
O cuidado destas crianças é complexo e necessita de equipe multidisciplinar pediátrica, com foco em Reabilitação Intestinal, para planejar um tratamento individualizado e ajustado ao caso de cada paciente.
A Reabilitação Intestinal é o conjunto de cuidados especializados, clínicos e cirúrgicos, com o objetivo de promover adaptação intestinal ao paciente em Falência Intestinal, reduzindo ou suspendendo a necessidade de suporte nutricional pela veia, resgatando a capacidade intestinal de digerir e absorver os nutrientes necessários.
Os objetivos do Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal (PATII) são reduzir e, quando possível, suspender o uso da nutrição parenteral, prevenir a necessidade de transplante de intestino ou multivisceral, tornando sua indicação precisa apenas para aqueles pacientes sem possibilidades de permanecer em reabilitação intestinal, e prevenir a ocorrência das complicações relacionadas à doença e sua mortalidade.
Saiba mais vendo e se emocionando com a história do Miguel ou entrando na no site dos Pequenos Grandes Guerreiros.