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A fertilização in vitro é uma técnica de reprodução assistida que pode auxiliar casais que enfrentam dificuldades para engravidar naturalmente. É um procedimento que consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozoide em ambiente laboratorial, formando embriões que serão cultivados, selecionados e transferidos para o útero. Esse procedimento é cada vez mais utilizado, e mais de oito milhões de bebês já nasceram no mundo por meio desse tipo de concepção.
Como o número de crianças nascidas após a fertilização in vitro continua crescendo, é importante entender a evolução delas em longo prazo. Alguns estudos iniciais levantaram a possibilidade de maior risco de alterações congênitas, autismo e atraso do desenvolvimento nessas crianças.
Recentemente, foi publicado o resultado de um estudo populacional realizado na Australia com dois grupos de crianças em idade escolar, nascidas entre 2005 e 2014, que tiveram seu desempenho escolar avaliado.
Foi comparado o total de 168.503 crianças concebidas naturalmente e 4.697 concebidas por fertilização in vitro, sendo excluídas as gestações múltiplas como gêmeos ou trigêmeos. Não foram verificadas diferenças no desempenho escolar entre os dois grupos, e os autores concluíram que o método de concepção por fertilização in vitro não influiu no desenvolvimento das crianças.
Esses achados estão em concordância com estudos recentes que chegaram a mesma conclusão: a concepção por fertilização in vitro não é um fator de risco para a saúde física e mental das crianças. O motivo de algumas pesquisas anteriores terem observado algum risco pode ter ocorrido devido aos métodos utilizados no início desse procedimento, que evoluíram muito desde então, aumentando a segurança.
Referência:
Kennedy AL, Vollenhoven BJ, Hiscock RJ, Stern CJ, Walker SP, Cheong JLY, Quach JL, Hastie R, Wilkinson D, McBain J, Gurrin LC, MacLachlan V, Agresta F, Baohm SP, Tong S, Lindquist AC. School-age outcomes among IVF-conceived children: A population-wide cohort study. PLoS Med. 2023 Jan 24;20(1):e1004148. URL:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9873192/
Bergh C, Wennerholm UB. Long-term health of children conceived after assisted reproductive technology. Ups J Med Sci. 2020 May;125(2):152-157. URL: https://ujms.net/index.php/ujms/article/view/5644.