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Quantas vezes não nos sentimos ameaçados pelos filhos que teimam, que fazem birra, que se rebelam e não sabemos o que fazer? Isso é muito comum para os pais e absolutamente normal. Nos sentimos desarmados (no bom sentido), sem saída e acabamos por entrar no jogo deles, muitas vezes cedendo, muitas vezes entrando em um embate desgastante. O site Zero to Three (Zero a três) traz um artigo interessante onde lista e aconselha formas de lidar com essa rebeldia. Aproveito para compartilhar aqui os pontos que levanta.
Começando com os menores, de bebê até os 18 meses. Nesse estágio, eles ainda não têm a capacidade de pensar em desafiar seus pais totalmente desenvolvida. Quando não respondem a uma solicitação dos responsáveis, estão agindo por impulso e não tentando manipular os outros. Nessa fase, eles ainda não têm a habilidade de dizer para si mesmos: “Eu vou agarrar esse vidro mesmo minha mãe dizendo não”. Como não têm ainda compreensão lógica e ainda não dominaram o auto-controle, simplesmente não entendem regras. Logo, com essa idade, a melhor resposta é o redirecionamento. Por exemplo, segure gentilmente e tire o objeto de sua mão ou retire o bebê dessa situação inadequada, enquanto respeita seus sentimentos: “Eu sei que esse vidro parece interessante, mas ele não é para brincar.” Então dê outro brinquedo ou objeto que seja seguro para ele explorar.
Já na fase entre os 18 e os 26 meses, eles entendem e começam a seguir orientações simples, como: “pegue a bola”. A partir de aproximadamente 18 meses, as crianças estão começando a perceber que são separadas dos outros, que têm seus próprios pensamentos e sentimentos que podem ser diferentes dos demais e estão ansiosas para deixar sua marca no mundo. Uma forma que costumam mostrar sua independência é desafiando seus pais. É quando começam a responder “não! Ficarei em casa!” quando a mãe fala que está na hora de se arrumar para ir para a creche, por exemplo. Esse tipo de desafio é típico dessa idade, já que eles estão ávidos para ter certo controle sobre o mundo e fazer suas próprias escolhas.
Então, como responder a esses desafios e comportamentos opositores? O que se pode fazer? Aí vão algumas dicas:
Primeiro passo – Previna-se
Antecipe os tipos de situações que levam a um comportamento desafiador e ajude a sua criança a resolver um problema e lidar com ele adiantando-se. Isso pode significar deixar seu filho saber que você entende que sair de casa e ir para a creche é difícil para ele, e depois oferecer que ele leve um livro ou um brinquedo no caminho para ajudá-lo a fazer essa transição. Uma forma é dar um aviso antes de uma transição ter que ser feita. Você pode utilizar um relógio para que ele controle o tempo, por exemplo, ou montar um quadro com figuras que mostrem os passos da rotina diária, o que pode ser uma boa ferramenta de auxílio. Figuras que mostrem escovação de dentes, lavagem de rosto, leitura e depois cama ajudam a mostrar às crianças o que está por vir e qual a sequência esperada. Para os mais velhos, dê pistas concretas sobre as transições, como: “desça mais 3 vezes no escorregador e depois vamos embora.” É muito importante que essas instruções sejam, então, seguidas, especialmente dentro do seu limite enquanto mãe.
Segundo passo – Responda com empatia e determine limites claros
Valide os sentimentos de seu filho. Como pais, normalmente pulamos esse passo e vamos direto à determinação de limites. Mas perceber os sentimentos dos filhos primeiro é muito importante e permite que eles saibam que seus sentimentos importam. (Tenha em mente que não são seus sentimentos o problema, mas o que ele faz com isso que é o desafio). Para muitas crianças, esse passo – empatia e validação – ajudam a acalmar. Nomear os sentimentos também auxilia as crianças a aprender a prestar atenção às suas emoções e, eventualmente, lidar com elas. Utilize uma linguagem simples e direta: “Eu sei que você não quer colocar seu pijama. É difícil parar de brincar para ir para a cama, mas agora está na hora.” Quando você pula esse passo, a criança “aumenta o volume”, para demonstrar – mais alto, mais forte – como está contrariada. É nessa hora que começam os ataques de raiva.
Depois de validar esses sentimentos de seu filho:
A dica é dar a menor atenção possível aos protestos de seu filho. Ignorar o comportamento que quer eliminar é o caminho mais rápido de se livrar dele. (A única exceção a essa regra é se seu filho está machucando – batendo, socando etc. – nesse caso, deve-se com calma, mas de maneira firme, parar esse comportamento e explicar que ele pode ficar bravo, mas não pode bater.)
Terceiro passo – Pense a respeito de seu comportamento. Será que está passando mensagens confusas para seu filho?
Às vezes nossas próprias escolhas e comportamentos como pais podem influenciar o comportamento de nossos filhos. Abaixo seguem algumas estratégias para dois dilemas muito comuns que normalmente levam a acessos de raiva e atitudes desafiadoras das crianças pequenas.
– Evite a armadilha do “tá bom?”. “Vamos para a cama agora, tá bom? Hora de se vestir, tá bom?”. Apesar de ser uma forma muito comum dos adultos se comunicarem, é confuso para as crianças pequenas. Elas levam ao pé da letra e acham que tem a escolha de dizer: “Não, eu prefiro não ir para a cama agora.” Isso pode criar um conflito de poder desnecessário. Esteja certo de comunicar claramente o que é e o que não é realmente uma escolha. “Está na hora de colocar o pijama e ir para a cama. Você quer o pijama verde ou o azul?”, por exemplo.
– Tenha em mente o limite que quer estabelecer para que não corra o risco de mudar de opinião no meio do caminho. Por exemplo, uma mãe insistia que seu filho usasse uma camiseta de manga comprida no inverno e ele começou a protestar porque queria vestir a sua blusa de manga curta preferida. Depois de cinco minutos de embate, a mãe acabou por perceber que era desnecessário travar essa batalha, pois ele estaria com um casaco por cima. Mas nesse ponto, naturalmente, preocupou-se em ceder e permitir que o filho vestisse o que queria estabelecendo um precedente. Ou seja, isso iria ensiná-lo que toda vez que quisesse algo iria conseguir. A forma mais fácil de evitar esse dilema é parar por alguns segundos para pensar antes de agir: “Este é um limite que precisa ser definido?” Podemos chamar essa decisão de “escolhendo as batalhas”.
Estes são exemplos do dia a dia, vivenciados pelos pais a toda hora, e dicas de como contorná-los. Certamente os embates e a rebeldia não cessarão de vez, mas essas ideias ajudarão a diminuir a frequência e a lidar com eles.
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Atualizado em 4 de setembro de 2024