PESQUISAR
Em celebração ao “Dia Mundial de Combate à Asma” e ao “Dia Nacional de Prevenção da Alergia”, especialista traz informações importantes para pais e responsáveis.
Quando falamos de doenças respiratórias em crianças, como asma, rinite e alergias, o mais importante é a prevenção. De acordo com a Dra. Fátima Rodrigues Fernandes, diretora executiva do Instituto PENSI e pediatra especialista em alergia e imunologia, o ideal é que as famílias e os profissionais invistam em tratamentos a longo prazo que evitem de a criança chegar ao ponto de precisar de antibióticos, intervenções de urgência e até mesmo internações.
“As idas ao pronto-socorro para crianças com asma, rinite, alergias e sinusites culminam em antibióticos e internações, então é importante que tenhamos ações preventivas para que as crises não cheguem a tal ponto. No caso da asma, essa inflamação crônica dos pulmões pode permanecer da infância até a idade adulta, levando até mesmo a sequelas cardíacas”, explica.
O tratamento de distúrbios respiratórios, que também incluem dermatite atópica e de contato e imunodeficiências, precisa de um atendimento multidisciplinar. Como os fatores que desencadeiam as doenças são diversos e podem ser influenciados pelo clima, poluição, histórico familiar e contato com ácaros e fungos, é essencial que os profissionais estejam preparados para ver cada criança de forma individual.
Sinais de alerta da asma para as famílias são a duração e a gravidade dos sintomas
“Alergias e doenças respiratórias estão entre as doenças crônicas mais frequentes na infância, e as que mais levam os pais a procurarem tratamentos de urgência. É importante reconhecer a causa para que exista um tratamento a médio e longo prazo, preventivo, que impeça crises e complicações. No caso da asma, por exemplo, que pode acometer entre 15 a 20% das crianças, ela é perene, existindo mais no outono e no inverno, mas podendo durar o ano todo. A asma pode ser desencadeada por viroses, clima, poluição e dispersão de alérgenos e, às vezes, o único sintoma é uma tosse crônica sem causa definida. Só uma equipe multidisciplinar, com pediatra, imunologista, pneumologista e fisioterapeuta conseguirá cuidar desta criança de uma forma completa”, analisa a médica.
Embora cada distúrbio respiratório tenha um protocolo de tratamento específico, o alerta para os pais existe na duração e gravidade dos sintomas. “Após mais de três dias de sintomas, é importante procurar ajuda médica. A asma é sempre o distúrbio mais grave, pois pode ameaçar a vida da criança ao levar à insuficiência respiratória. A asma pode se apresentar como tosse, crises de falta de ar, cansaço e chiado no peito, e requer, além de prevenção, tratamento rápido durante as crises agudas”.
De acordo com a especialista, o tratamento farmacológico evoluiu muito nos últimos anos, especialmente no caso da asma. “Em casos leves e intermitentes, o tratamento com broncodilatadores pode ajudar. Em casos recorrentes, pode ser necessário o uso de corticóides via nasal ou medicações via oral. Também temos hoje os imunobiológicos, novidades terapêuticas que têm feito diferença no tratamento pediátrico e adulto”.
Covid-19 e superlotação de UTIs pediátricas
A cidade de São Paulo, e outras capitais populosas do Brasil, registraram um aumento no caso de atendimentos em pronto-socorro e internações de pacientes pediátricos nas últimas semanas. No fim de abril, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, cerca de 84% das enfermarias pediátricas e 86% dos leitos de UTI estão ocupados. O motivo é a altíssima incidência de crianças internadas com síndrome respiratória aguda grave (SRAG), vírus contra o qual não há vacina. O aumento é uma das consequências da pandemia da covid-19, que reduziu o contato das crianças com o meio externo, diminuindo a imunidade.
A covid-19 também modificou os protocolos de atendimento de grande parte dos hospitais no Brasil, especialmente com a prevalência da covid longa, que também acomete crianças e adolescentes. “No PENSI, foi feita uma pesquisa avaliando fatores de risco que levaram a um maior comprometimento e gravidade em crianças a respeito da covid-19 e observamos fatores como prematuridade, crianças com doenças neurológicas e a própria asma, todos elementos de risco para a covid. É imperativo que façamos o diagnóstico no momento correto e é essencial mencionar a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica, que pode acometer vários órgãos da criança e requer tratamento especializado. É essencial que as crianças tenham um tratamento a longo prazo e multidisciplinar, que é o que fazemos no Sabará”, completa a Dra. Fátima Rodrigues Fernandes.
Essas e outras informações importantes sobre alergia, imunologia e doenças respiratórias em crianças e adolescentes, estarão presentes nos simpósios do 6º Congresso Sabará-PENSI de Saúde Infantil. O evento acontece entre os dias 06 e 08 de outubro, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Para inscrições e mais informações, CLIQUE AQUI.