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Qual doença esta criança tem? Qual criança esta doença tem?
Outro dia, assistindo uma apresentação da psicóloga Dra. Glaucia Faria da Silva, ela indagou estas duas questões.
À primeira vista, parece só um trocadilho, mas se pensarmos bem, vamos notar que são dois tipos de abordagem que podemos ter para cuidar dos nossos pacientes.
A primeira pergunta, “Qual doença esta criança tem?”, mostra um enfoque pelo lado da doença e aí está sua importância. Como pediatra, este é o olhar esperado e, digamos, normal. O mesmo olhar que é esperado para um hospital e seu corpo técnico, pois somos treinados para resolver e curar a doença. Na segunda pergunta, “Qual criança esta doença tem?”, passamos a olhar a criança, e a sua doença fica em segundo plano. Talvez esta visão seja uma opção mais humanizada e, certamente, mais interessante do ponto de vista do setor de psicologia hospitalar.
Para mim, como responsável pela cultura filosófica do hospital, fico feliz em ver que existe esta preocupação em diferenciar os olhares na procura de um melhor atendimento ao paciente e à sua família. Se buscamos uma abordagem centrada na criança/paciente e na sua família, acredito que temos que ter estas duas visões. A visão técnica da doença, do seu melhor tratamento, e das coisas que precisamos fazer para procurar a cura ou, pelo menos, a resolução do problema atual. Também não podemos esquecer a criança/paciente que está com aquela doença, como reage ao tratamento, à internação e como isto tudo está interagindo com sua família. A junção destas duas visões irá trazer grandes benefícios para nossos pacientes e para suas famílias.
Quis mostrar esta reflexão pois acho que ela é capaz de mostrar o diferencial de nosso hospital em relação à grande maioria dos outros. Estamos sempre preocupados no melhor atendimento, seja do ponto de vista técnico, procurando ter em nosso corpo de profissionais os melhores de cada área, ter equipamentos e ferramentas para os tratamentos e os diagnósticos mais modernos, mas também nos preocupamos com nossos pacientes e seus familiares, acompanhando de perto suas preocupações, suas angústias e seus sofrimentos, para poder amenizar, sempre que possível, estes aspectos negativos de uma internação.
Parabéns ao setor de psicologia hospitalar do Hospital Infantil Sabará por nos mostrar esta abordagem holística de nossos pacientes.
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As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o atendimento médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o seu pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 8 de agosto de 2024