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Você é intolerante à frustração?
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Você é intolerante à frustração?

Você é intolerante à frustração?

02/10/2025
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Muito se fala sobre as intolerâncias alimentares, quer sejam elas leves, moderadas ou severas.

As alergias e as intolerâncias de diferentes componentes nutricionais se tornaram, de alguns anos para cá, tema fundamental a ser investigado e pensado em consultas médicas e nutricionais.

Crianças e adultos, há algum tempo, ficam atentos ao que são as tantas intolerâncias alimentares próprias e dos colegas. Já não há mais a ideia de um convite em uma casa sem que antes se pergunte: alguma intolerância alimentar?

Talvez tenha uma forma de intolerância menos falada e pensada, mas que dialoga de forma íntima com os mal estares da vida, que é a intolerância à frustração.

Em tempos modernos, nos quais somos atendidos em segundos pela máquina, no qual o chat nos entrega em instantes aquilo que nos levaria dias ou até anos para produzirmos, se torna urgente falarmos sobre a competência em tolerar a frustração.

O pensamento, no humano, só pode surgir se ele for capaz de tolerar o tempo e a espera.

O bebê só pode demandar o seio porque pressupõe que há um seio que possa alimentá-lo e que ele existe na realidade.

Se ele não for capaz de tolerar a frustração pelo seio que não está lá, ele terá que permanecer num estado alucinado de mente, que será impeditivo de contato com a realidade.

O bebê, ao invés de chorar e pedir para mamar, ficará fechado em si mesmo, sem demandar aquilo que lhe falta. O desconforto com a frustração do objeto que falta pode ser tão grande que ele se enclausure e fique impedido de encontrar, na realidade, o leite.

Portanto, a capacidade de tolerar o tempo, a falta, a espera e a frustração são modelos essenciais para o encontro com a vida. Fundamentais para os investimentos na realidade e no mundo.

Um bebê que tenha muito desconforto na espera, ou que se preencha apenas com o dedo e a chupeta, morrerá de fome.

Vale pensarmos juntos, como sociedade, o quanto temos permitido e facilitado a competência à frustração de nossas crianças e jovens.

Aos profissionais de saúde, vale a investigação: o sujeito a sua frente possui tolerância a frustração?

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Gabriela Malzyner

Gabriela Malzyner

É psicóloga, psicanalista e mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Coordenadora e docente do Núcleo de Infância e Adolescência do CEP e consultora do Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares do Instituto PENSI.

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