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A escolha de pediatria e a importância da pesquisa durante a residência médica
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A escolha de pediatria e a importância da pesquisa durante a residência médica

A escolha de pediatria e a importância da pesquisa durante a residência médica

27/03/2023
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Com os colegas de residência João, Maria Beatriz e Ana Flávia: aprendizados

 

Paraibano de João Pessoa, Murillo Breno Braz Barbosa, de 29 anos, não carregava desde a infância o sonho do jaleco branco. O despertar para a profissão veio de maneira inusitada, aos 15, quando começou a assistir ao reality de cirurgia plástica Dr. Hollywood, do médico e apresentador dr. Robert Rey, na RedeTV!. Hoje, Murillo tem clareza do porquê da escolha: “Tenho vontade de cuidar das pessoas, de cuidar dos outros”. O desejo é compartilhado pelo irmão gêmeo, Maxwell Breno, que curiosamente também abraçou a medicina. Estudaram bastante e, na segunda tentativa, conquistaram as vagas na Universidade Federal da Paraíba — Murillo foi aprovado por um vestibular tradicional, e Maxwell, pelo Enem. Foi uma explosão de alegria na família, em especial para a assistente social Marize Braz Barbosa, a mãe dos gêmeos bivitelinos.

Após a formatura, em janeiro de 2019, a saga da busca pela residência médica começou. Foram diversas provas e aprovações até Murillo optar pela especialização em São Paulo. Um dos pontos que pesaram em sua decisão pela residência médica do PENSI & Sabará foi o fato de o Sabará Hospital Infantil ser reconhecido por formar médicos capazes de atuar com pacientes de alta complexidade em um ambiente humanizado. O programa ainda proporciona contato direto com pesquisadores, professores e profissionais de diversas áreas da saúde infantil.

Murillo acaba de concluir a residência em pediatria depois de três anos. Recebeu seu certificado, no dia 1º de março, com um sorrisão no rosto de quem já entendeu que para prosperar nessa profissão vai precisar estudar muito. “Agora estou fazendo especialização em neurologia pediátrica no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP”, conta. Na entrevista abaixo, o médico fala sobre como foi sua trajetória, explica a importância do seu TCC com o título “Prevalência de coinfecção bacteriana em pacientes internados em UTI com bronquiolite em hospital da rede privada do município de São Paulo” e como se deram suas escolhas. Ah, sim. E Maxwell? Ele fez residência em ginecologia e obstetrícia no Hospital das Clínicas da UFPE e agora está começando uma nova residência em medicina fetal, uma subespecialização da ginecologia e obstetrícia. Quando estão juntos, a pauta é uma só: os perrengues e alegrias da residência.

Com o irmão gêmeo Maxwell (à esq.): juntos na faculdade de medicina

Notícias da Saúde Infantil — Quando você iniciou a faculdade, a pediatria já era seu foco?

Murillo Barbosa — No começo, eu queria ser cirurgião plástico por causa do Dr. Hollywood. Mas, ao entrar na faculdade, entendi que não gostava de cirurgia. Era completamente diferente do que eu achava ser. Não me identifiquei nem um pouco. De certa maneira, eu já considerava a pediatria porque prestava serviço em pastorais com crianças, então gostava de brincar e interagir com elas. Sempre tive vontade de ser pai, de ter filhos. Ou seja, o universo infantil me atrai. Logo que considerei pediatria, no meio da faculdade, eu me interessei por ginecologia e obstetrícia. Eu gostava muito desse momento de sala de parto, de orientar a amamentação, discutir e conversar com as mães na maternidade. Dialogar sobre como é importante a amamentação tanto para o vínculo entre a mãe e o bebê quanto para a saúde da criança a longo prazo, como alimento. Nesse período, foquei minha área de pesquisa, o TCC e os artigos que publiquei na questão da humanização do parto, um assunto pelo qual tenho especial interesse.

Notícias da Saúde Infantil — Qual foi o momento em que você notou que havia uma vontade sua de lidar diretamente com crianças?

Murillo Barbosa — A princípio eu tinha na minha cabeça que gostaria de seguir na neonatologia. Fiz prova aqui em São Paulo e várias outras provas em João Pessoa, Recife e passei em alguns desses locais. Mas eu decidi vir para São Paulo para poder fazer a especialização no Sabará, que foi onde eu terminei a minha residência em pediatria.

Notícias da Saúde Infantil — O que surpreendeu você positivamente no contato direto e diário com as crianças?

Murillo Barbosa — Eu entrei muito focado em bebês, em recém-nascidos, e com o tempo vi que gostava muito mais de crianças de outras idades, ter essa interação com a criança, conversar, brincar, enfim, ter essa troca maior que você acaba não tendo tanto com recém-nascido. Uma das minhas surpresas foi gostar muito de orientar as mães e os pais. Eu não gosto de falar que a gente ensina a cuidar porque ninguém vai saber cuidar melhor que o pai, a mãe. Mas a gente está ali, ajudando, orientando, levando um conhecimento mais técnico para a vivência desses responsáveis.

Notícias da Saúde Infantil — Como você buscou equilíbrio entre a informação técnica e a humanização com as crianças, para manter uma comunicação acertada?

Murillo Barbosa — No Sabará, uma das coisas de que eu mais gostei foi a importância que dão para o médico ter um bom vínculo com a família, porque aquele espaço se propõe a ser um hospital de ponta, com um atendimento de excelência. Então a gente quer sempre agradar o paciente e fazer de tudo para que a experiência seja muito boa. A residência cobra para atendermos com eficiência, com produtividade, sem atrapalhar o serviço das outras pessoas, sem parar o serviço, mas querem que a gente também consiga dar atenção aos pais, proporcionando acolhimento. Entre os médicos, cada um tem seu jeito. O Sabará me ensinou a aprimorar minha linguagem, adequar esse meu jeito para atender as crianças e ensinar que há caminhos diferentes a serem seguidos.

Notícias da Saúde Infantil — Pode explicar o seu TCC como se fosse para uma criança?

Murillo Barbosa — O meu TCC apontou a prevalência de infecção bacteriana em crianças com bronquiolite na UTI. A bronquiolite é uma doença causada por vírus em crianças menores de dois anos de idade. As crianças ficam com dificuldade para respirar. Há muita secreção, tosse e, por consequência, dificuldade para respirar. A minoria dessas crianças precisa de UTI. Então essas crianças que estão com insuficiência respiratória muito grande, que vão precisar usar oxigênio, acabam indo para a UTI. É uma doença muito prevalente nessa faixa etária, mas a maioria das crianças é tratada em casa. Se uma criança chega ao ponto de precisar de suporte respiratório, pode ter indicação de antibiótico, pedimos exames para ver se identificamos a bactéria. Se essa cultura vier positiva, seguimos usando antibiótico. Se essa cultura é negativa, suspendemos o antibiótico da criança porque é possível concluir que é bronquiolite, quadro viral. Há uma taxa muito alta de uso de antibiótico em crianças com bronquiolite na UTI.

Notícias da Saúde Infantil — O processo de fazer o TCC ajudou você a entender o que é a pesquisa?

Murillo Barbosa — Sem dúvida. Conquistei um olhar crítico muito maior para avaliar artigos que eu precise ler. Em relação à bronquiolite em si, eu acho que é o que vai me ajudar a ter um olhar mais crítico em relação a utilizar ou não a antibioticoterapia quando a criança estiver mais grave ou menos grave.

Notícias da Saúde Infantil — Como você vê esse TCC na sua carreira e quais são os próximos passos?

Murillo Barbosa — Estou me sentindo muito satisfeito. Não só com o trabalho em si, mas com a residência como um todo. Ela me preparou muito bem para eu conseguir me sentir mais seguro como médico, me deu um aporte técnico para eu conseguir ser um médico melhor, para saber que vou estar ajudando meus pacientes. Era uma preocupação muito grande. Eu não tenho a pretensão de ser o melhor. Quero ser bom o suficiente para conseguir ajudar as pessoas que me procuram. Essa população que eu escolhi ajudar são as crianças, e todo o trabalho me auxiliou a ter um olhar mais crítico sobre as referências que vou usar a fim de basear a minha conduta enquanto médico. A base que eu construí durante a residência foi muito sólida para que eu possa agora, durante minha especialização, ser ainda melhor.

Responsabilidade e excelência

O Programa de Residência Médica, organizado pelo Instituto PENSI,  faz parte do compromisso da Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES) de gerar conhecimento sobre saúde infantil para a sociedade e incentivar, com responsabilidade e excelência, a formação e o treinamento de novos profissionais. No programa de pediatria geral, que tem duração de três anos, podem se inscrever médicos formados em todo o território nacional em cursos reconhecidos e autorizados pelo Ministério da Educação (MEC), bem como médicos formados no exterior, com diploma revalidado de acordo com a legislação vigente.

Já no Programa de Medicina Intensiva Pediátrica, que tem duração de dois anos, podem se inscrever candidatos que tenham cumprido o pré-requisito completo em programa de pediatria em instituição credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Os programas englobam atuações práticas e aulas interativas, com o uso de metodologias modernas e inovadoras. Os residentes têm acesso ao Centro de Simulação Realística do Instituto PENSI e participam de discussões de casos clínicos com a equipe multiprofissional.

Para ampliação do conhecimento e da experiência prática dos residentes, os programas ainda contam com a parceria de renomadas instituições de ensino e saúde, como a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o Hospital Santa Marcelina e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Por Rede Galápagos

 

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