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A saúde mental está ganhando cada vez mais espaço na educação e não é para menos. Sabemos que uma mente saudável é essencial para o aprendizado, para o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais e para a construção de relações saudáveis.
No contexto escolar, o impacto de uma boa saúde mental vai além do desempenho acadêmico, ela é uma peça-chave na formação de indivíduos equilibrados, capazes de lidar com desafios de forma resiliente. Além disso, para um ambiente de paz é importante que toda a escola aceite participar desse cuidado, pois também precisamos de educadores a fim de promover um ambiente seguro.
Foi a partir da ideia acima que o projeto “Mente em Equilíbrio – Saúde Mental nas Escolas”, do Instituto PENSI, entrou em campo para atuar desde o ano passado (2023) em escolas públicas da cidade de São Paulo – este ano atuando nas duas frentes, com alunos e professores da rede pública.
A escola é um dos primeiros espaços de convivência social que as crianças e adolescentes frequentam, e é nela que começam a aprender a lidar com frustrações, a desenvolver sua autoestima e a criar suas primeiras redes de amizade. O ambiente escolar pode tanto ser um lugar de acolhimento e apoio quanto um lugar de estresse e ansiedade. Problemas como bullying, pressão para o bom desempenho acadêmico, dificuldades familiares e até o uso excessivo de tecnologias são fatores que podem comprometer a saúde mental dos jovens.
As evidências mostram que jovens emocionalmente equilibrados e que possuem suporte psicológico têm melhores chances de obter sucesso escolar e de desenvolver habilidades para lidar com situações adversas. O impacto de uma saúde mental negligenciada vai além do ambiente escolar, afetando relacionamentos, escolhas de vida e até a saúde física. Por isso, a presença de programas de saúde mental nas escolas se torna não só desejável, mas essencial.
Uma rede de apoio entre família, escola e profissionais de saúde é fundamental para promover um ambiente saudável e prevenir o desenvolvimento de problemas emocionais. Aqui vão algumas sugestões práticas, inspiradas no livro “Geração Ansiosa – como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais” de Johnathan Heidt:
Muitos pais e educadores ainda sentem certa dificuldade em conversar sobre sentimentos com as crianças e os adolescentes. No entanto, incentivar essa prática é essencial para que os jovens aprendam a reconhecer e a expressar suas emoções. Conversar abertamente sobre o que sentem – seja frustração, tristeza ou ansiedade – ajuda a construir uma relação de confiança, em que a criança se sente segura para expressar o que está passando. Uma criança que está sofrendo cyberbullying, por exemplo, pode não querer contar para os pais que está passando por isso por medo de ser castigada e ficar sem celular.
Estudos mostram que uma rotina organizada e com momentos para descanso, lazer e convivência familiar é fundamental para o desenvolvimento emocional das crianças. Pais e cuidadores podem ajudar a criança a organizar o tempo, equilibrando atividades escolares e de lazer. Esse equilíbrio é essencial para que elas aprendam desde cedo a importância de separar momentos de estudo e momentos de relaxamento.
A tecnologia faz parte do cotidiano das crianças e dos adolescentes, mas o uso excessivo pode gerar isolamento e afetar negativamente a saúde mental. Estabeleça limites para o tempo de tela e incentive atividades que estimulem o contato social e o desenvolvimento físico, como brincar ao ar livre, esportes e leitura. Além disso, ajude-os a refletir sobre o conteúdo que consomem e promova conversas sobre o uso saudável das redes sociais. E o mais importante, você é quem modela o comportamento do seu filho(a). Quanto você é dependente de telas?
É comum que crianças e adolescentes passem por momentos de estresse, mas é importante estar atento(a) a sinais que indiquem problemas mais sérios, como isolamento, mudanças de humor repentinas, queda no desempenho escolar, distúrbios alimentares e do sono. Esses sinais podem indicar que algo está acontecendo e que a criança pode precisar de ajuda profissional. Caso note esses sintomas, converse com a criança e, se necessário, busque apoio psicológico.
A escola pode adotar práticas que incentivem o respeito às diferenças e a inclusão, criando um ambiente seguro e acolhedor para todos. Atividades de integração, rodas de conversa e projetos que incentivem a empatia podem ajudar a construir um espaço mais harmonioso, onde os alunos se sintam valorizados e respeitados.
Uma das habilidades mais valiosas para o desenvolvimento emocional dos jovens é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Pais e educadores podem ajudar a desenvolver essa habilidade incentivando o respeito às diferenças, promovendo atividades que estimulem o trabalho em grupo e a compreensão mútua. Isso ajuda a diminuir conflitos e aumenta a capacidade dos alunos de se relacionarem de forma saudável.
Vale lembrar que a saúde mental vai além de apenas tratar problemas; ela envolve prevenção, construção de habilidades emocionais e suporte contínuo, ajudando cada criança e adolescente a crescer de forma plena, encontrando seu lugar no mundo com bem-estar e equilíbrio. E esse cuidado precisa incluir professores, pais e cuidadores.
Quando educadores e familiares estão emocionalmente saudáveis e se sentem apoiados, eles conseguem oferecer um ambiente de acolhimento e segurança, tanto em casa quanto na escola. Isso fortalece o desenvolvimento social e emocional dos jovens, que passam a ter exemplos de equilíbrio, resiliência e empatia.
Se você é coordenador(a) de alguma escola e tem interesse na capacitação de nosso projeto de saúde mental, entre em contato no link: forms.office.com/r/HZ7Zc4ZVkE