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A primeira paixão do seu filho ou filha
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A primeira paixão do seu filho ou filha

A primeira paixão do seu filho ou filha

10/09/2025
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Recentemente, vi a série Forever/Para sempre, que está fazendo muito sucesso e onde dois estudantes negros do ensino médio de Los Angeles enfrentam o primeiro amor e a intimidade em meio às pressões sociais e dos pais. Muito boa, recomendo.

Por isso resolvi abordar o tema no Blog. Você se lembra da primeira vez que olhou para um colega de classe e seu coração bateu um pouquinho mais forte? Muitas crianças passam por isso na adolescência, mas algumas conseguem sentir interesse romântico bem antes da puberdade. Não se trata de adultização, outro tema da moda, pelo menos na maioria das vezes. Vejamos.

Saber ter um relacionamento saudável entre duas pessoas é parte normal da aprendizagem da vida adulta. Conversar com seu filho sobre relacionamentos com colegas de todas as idades estabelece a base para conexões pessoais saudáveis ​​à medida que ele cresce. Esse processo de aprendizagem não começa na adolescência, mas assim que a criança começa a notar as outras pessoas e como elas se relacionam!

As crianças aprendem sobre relacionamentos amorosos e afetuosos com suas famílias. Mas também recebem mensagens sobre relacionamentos de amigos, da televisão e das redes sociais. Parte do que aprendem pode não ser saudável, então conversar com seu filho sobre relacionamentos é importante. Você pode encontrar momentos de aprendizado em cenas de filmes ou em letras de músicascuidadosamente selecionadas, é claro! Aí que mora o perigo, você precisa controlar o que seu filho/a tem acesso e conversar com ele/ela.

Crianças pequenas costumam dizer que estão namorando. Algumas podem tentar roubar beijos dos colegas, mas muitas vezes não vão a lugar nenhum nem dão as mãos. Isso é típico, e é importante não provocar ou incentivar as crianças, nem ignorar seus sentimentos. Faz parte dos jogos de imitação da vida adulta.

 

Amigos especiais

Ajude seu filho a entender que ter sentimentos por outra pessoa é normal, mas que namorar não é apropriado até a adolescência. Explique que, assim como os adultos, às vezes têm pessoas com quem se sentem mais próximos e com quem desejam passar mais tempo. Eles também podem ter sentimentos mais fortes por um amigo do que por outro. Mas isso não significa que eles estejam necessariamente em um relacionamento de namoro. Ver a amizade como uma interação normal entre pessoas de qualquer sexo é uma lição importante.

 

Namoro na adolescência

Namorar na adolescência pode envolver afeto físico, como beijos, abraços e dar as mãos. Não existe uma idade específica para namorar. Cada adolescente amadurece em um ritmo diferente e pode estar pronto para um relacionamento romântico em uma idade diferente.

Lembre-se de como isso pode parecer real. Alguns adultos podem ser céticos ou até mesmo ignorar relacionamentos na adolescência. Eles sabem que amizades e amor nessa idade podem durar pouco. No entanto, isso não significa que um relacionamento na adolescência seja menos importante ou menos forte do que um relacionamento adulto. Amizades e até relacionamentos românticos na adolescência são tão reais, e talvez tão dolorosos, quanto relacionamentos em qualquer outro momento da vida.

Esteja pronto para conversar. Não se surpreenda se seu filho, que sempre lhe contava tudo, começar a se fechar e ficar em silêncio. É um processo natural para os adolescentes deixarem os relacionamentos familiares em segundo plano, à medida que aprendem a desenvolver suas amizades. Muitas das mesmas maneiras de formar amizades saudáveis ​​também são a base de relacionamentos românticos saudáveis.

Falar sobre relacionamentos com adolescentes pode ser um campo minado! Seu filho adolescente pode se sentir mal por não ter namorado ou até mesmo ter se sentido rejeitado por alguém. Portanto, tocar no assunto pode ter o efeito oposto ao desejado.

Vá com calma e ouça. Para abrir o assunto, você pode começar perguntando: “Algum dos seus amigos está namorando?”. Se o seu filho adolescente não disser absolutamente nada, talvez seja melhor esperar. Se ele ou ela compartilhar alguma informação, tente ouvir sem julgamento ou reação. Simplesmente ouça o que ele está dizendo e, em seguida, faça uma pergunta sobre isso sem dar sua opinião. Não participe do drama. Se seu filho compartilhar uma preocupação, crie um espaço seguro com uma atitude positiva e voltada para a resolução de problemas. Seja uma voz calma e racional. Não demonstre empatia excessiva. Mantenha uma distância razoável dos altos e baixos da adolescência.

Namoro. Lembre-se de que a maioria dos adolescentes (mesmo os mais velhos) nunca teve um relacionamento amoroso. Entre os jovens americanos de 15 a 17 anos, a maioria (66%) não tem e nunca teve um relacionamento romântico.

Sexo. Apesar da forte pressão dos colegas, mais de 50% dos adolescentes americanos esperam até depois do ensino médio para fazer sexo. Lembre-se de que você é a melhor pessoa para ensinar seu filho adolescente sobre relacionamentos, amor e compromisso. O que os adolescentes aprendem sobre sexo pode ajudar a influenciar suas escolhas futuras e sua saúde.

No Brasil, segundo o trabalho Trajetórias afetivo-amorosas e perfil reprodutivo de mulheres adolescentes residentes no Município de São Paulo, o primeiro namoro ocorreu aos 13,8 anos de idade em média com indivíduos com 16,9 anos de idade. A primeira relação sexual foi em média aos 15,3 anos, com parceiros que tinham, em média, 19,6 anos de idade.

O comportamento dos jovens brasileiros hoje não é linear. Há contradições, sobreposições e até paradoxos. A fluidez das relações, por exemplo, convive com a busca por vínculos fixos. A insatisfação amorosa existe junto da valorização do amor romântico. As pesquisas ajudam a entender, mas precisam ser relativizadas de acordo com a população estudada. O que a estatística descreve é só uma parte do fenômeno. Tem outros processos acontecendo que ela não capta.

O que se vê não é um fim do amor ou do namoro. É uma reconfiguração dos afetos, marcada por mais consciência, mais pluralidade e mais complexidade. No Brasil, especialmente, essa transformação passa por uma cultura afetiva própria, que mistura liberdade com tradição, fluidez com compromisso. “A cultura brasileira nas últimas décadas foi se configurando assim para os relacionamentos”, diz Marília Moschkovich, professora do departamento de Sociologia da USP.

A série Forever (Para Sempre) mostra muitas dessas situações com uma abordagem interessante, claro que com o viés do adolescente americano, e no caso acrescenta a problemática racial. Mas estão lá o buylling, o primeiro amor, o sexo, as conversas com os pais e os amigos, os relacionamentos com amigos, as traições, e quase todas as dúvidas, angústias e ansiedades da vida de um adolescente do século XXI.

Embora seja uma boa ideia deixar seu filho adolescente aprender com a experiência, é importante saber a hora de intervir. Alguns relacionamentos são tão prejudiciais que podem ser perigosos para ele.

 

Fontes:

 

Saiba mais:

 

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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