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As alergias representam o grupo de doenças crônicas mais frequente em crianças. Segundo estudos atuais, elas parecem estar aumentando de modo preocupante. Vários fatores são apontados como possíveis responsáveis por esta situação, tais como: o modo de vida moderno, que nos põe em contato com alérgenos ambientais; o menor contato com microorganismos que poderiam estimular o sistema imune e gerar uma resposta protetora contra alergia; e a introdução de novos alérgenos potenciais na dieta pela aquisição de novos hábitos alimentares. Em particular, a alergia alimentar é uma situação que preocupa as famílias, pois pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento da criança, além de alterar a rotina da casa.
Nos EUA, um estudo recente que avalia a frequência da alergia alimentar, relata que 8% dos menores de 18 anos sofrem com este problema, ou seja, quase 6 milhões de crianças e adolescentes.
Destes, mais de 1/3 tem quadros graves. O tipo de alimento desencadeante varia conforme os hábitos regionais e, para os americanos, os alimentos mais implicados são o amendoim (25,2%), leite (21,1%) e crustáceos (17,2%).
No Brasil não existem estudos amplos sobre a prevalência exata desta doença na população. Entretanto, em um estudo de 2004, os alimentos mais comumente encontrados em 457 pacientes com alergia em diversas regiões do país foram: peixe (30,2%), ovo (24,5%), leite de vaca (20,3%), trigo (20,1%), amendoim (14,7%), soja (12,3%) e milho (10,9%).
O leite de vaca foi o mais frequente em crianças abaixo de 2 anos (26%). A alergia alimentar pode manifestar-se com diferentes sintomas. Pode haver comprometimento da pele (urticárias, inchaços ou eczemas), sistema digestório (vômitos, diarreia, distensão do abdome) e, menos frequentemente, o sistema respiratório (asma).
Em casos mais raros, pode ocasionar o choque anafilático. Para o diagnóstico e controle preciso destes quadros, é necessária uma abordagem especializada, que inclui desde o histórico detalhado do paciente, testes na pele ou no sangue e, em alguns casos, os testes de provocação com o alimento suspeito.
Saiba mais sobre o choque anafilático
Uma vez determinada a causa, deve-se suspender o alimento e seus derivados. Muita atenção deve ser prestada aos componentes “ocultos” presentes em certos alimentos industrializados, que podem conter frações do alimento ao qual o paciente é sensível (ex. caseína, que é uma proteína do leite).
O médico deve orientar os termos correlatos ao alimento e a família deve acostumar-se a ler os rótulos dos alimentos industrializados. Também é importante elaborar uma dieta substitutiva, equilibrada e adequada para a idade da criança que assegure o crescimento e desenvolvimento normal.
Leia também: Quando suspeitar de alergia alimentar quando a criança não quer comer?
Por fim, o aleitamento materno, pelo menos até os 6 meses, é uma forma de prevenir as alergias alimentares.
Atualizado em 29 de janeiro de 2024