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A criança que disse que quando crescesse queria ser avô
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A criança que disse que quando crescesse queria ser avô

A criança que disse que quando crescesse queria ser avô

18/03/2025
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Essa é uma história eu vi no Instagram do Instituto Alana. Quem discorre é o escritor e ativista indígena Daniel Munduruku. Num vídeo ele conta que perguntou a uma criança Munduruku o que ela queria ser quando crescesse, achando esquisita a pergunta, ela respondeu: avô. Houve um estranhamento, pois, para esse povo, a criança é aquela que tudo pode e o velho é aquele que tudo sabe. No velho está a criança, mas a criança não está no velho, ele tem que passar por cada estação para chegar lá.

O avô, é aquele que conta as histórias, liga o presente ao passado e faz o círculo continuar funcionando, mas como uma espiral que vai se movendo para frente. Na medida em que se vai dando oportunidade para essa criança se tornar avô ela vai acumulando as estações dentro dela.

Como Daniel sabiamente diz, ele não escreve para crianças, mas para a infância – aquela que todos carregamos dentro de nós. Precisamos nos esforçar para não deixá-la desaparecer. De alguma maneira Saint Exupéry contou uma história semelhante com seu pequeno príncipe.

Para quem não conhece Daniel Munduruku, aqui vai uma breve biografia: filho do povo indígena Munduruku, ele nasceu em Belém do Pará, região Norte do Brasil, e apesar de não ter a intenção de que sua obra ultrapassasse fronteiras, mais de 50 de seus livros foram traduzidos para diversos idiomas e conquistaram o mundo.

Levando a magia da ancestralidade dos povos originários e a sabedoria das florestas para além-mar, ele revela como a educação guiada pelos mais sábios inspira e conduz o espírito dos mais jovens, público para o qual dedica a maior parte de seus escritos e também de seu tempo.

Formado em Filosofia, com licenciatura em História e Psicologia, lecionou durante dez anos e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve em vários países da Europa, participando de conferências e ministrando oficinas culturais para crianças.

Autor de obras afetuosas que levam o leitor pela floresta, descortinam a origem das raízes culturais indígenas, de seu povo em particular, divertindo ao mesmo tempo que emocionam, e provocam em quem lê uma revisão de conceitos modelados pelo preconceito, pela falta de informação e pela intolerância. Muitos de seus livros trazem a Menção de livro Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, seu livro Meu avô Apolinário foi escolhido pela Unesco para receber Menção honrosa no Prêmio Literatura para crianças e Jovens na questão da tolerância.

Seus livros desenvolvem temas éticos e destacam a pluralidade cultural que há entre os povos originários, ao mesmo tempo que nos contam suas experiências no mundo dos não indígenas.

Se você tem um filho, um neto, um sobrinho, uma criança para dar um livro ou mesmo se tiver curiosidade, é uma ótima leitura e uma oportunidade de conhecer um pouco sobre nossos povos originários, sua cultura e sua enorme diversidade e riqueza.

Fontes:

https://frasesdelivro.com.br/,autor/daniel-munduruku/

Saiba mais:

Vamos falar da saúde das crianças indígenas – Tem alguém interessado?

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Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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