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Estudos mostram efeitos de longo prazo na saúde de jovens encarcerados nos EUA
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Estudos mostram efeitos de longo prazo na saúde de jovens encarcerados nos EUA

Estudos mostram efeitos de longo prazo na saúde de jovens encarcerados nos EUA

02/03/2017
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A discussão da diminuição da maioridade penal é muito grande no Brasil. Este artigo mostra o aspecto da saúde no longo prazo de crianças que ficam em regime prisional nos EUA – isso mesmo, nos EUA eles prendem crianças em locais específicos.

Os Estados Unidos, com 1,3 milhão de crianças e adolescentes detidos a cada ano, encarceram uma proporção muito maior de jovens do que qualquer outro país desenvolvido. Dois novos estudos divulgados na revista Pediatrics de fevereiro de 2017 sugerem consequências de saúde de longo alcance para os indivíduos e a sociedade.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram os dados do National Longitudinal Study of Adolescent to Adult Health onde descobriram que pode existir uma ligação dependente da sentença entre a quantidade de tempo que os 14.344 participantes, agora adultos, passaram em centros de detenção juvenil ou na prisão durante o Ensino Médio ou faculdade e futuros problemas de saúde.

Após o ajuste para a saúde de base e os fatores sociodemográficos, os participantes que foram encarcerados por menos de um mês eram mais propensos a experimentar sintomas de depressão quando adultos, e os encarcerados por 1 a 12 meses tiveram pior saúde geral quando adultos. Os efeitos mais dramáticos foram observados entre os participantes detidos por mais de um ano, cujas probabilidades de terem sintomas depressivos eram mais de quatro vezes maiores e as probabilidades de ter pensamentos suicidas eram duas vezes mais elevadas. Além disso, suas probabilidades de ter limitações físicas ou mentais que interferem no dia-a-dia eram três vezes maiores do que os participantes que não haviam sido encarcerados.

Um segundo estudo, intitulado “Disparidades nos Comportamentos de Risco de HIV / AIDS após a Detenção de Jovens: Um Estudo Longitudinal de 14 Anos”, analisou 15 fatores de risco diferentes ligados aos comportamentos de HIV / AIDS e encontrou chances significativamente maiores entre 1.829 adultos que foram detidos quando jovens em Chicago nos 14 anos anteriores, em comparação com a população em geral.

Um comentário sobre os estudos, chamado “Mudando as Trajetórias de Risco e os Resultados de Saúde para Adolescentes Vulneráveis: Recuperando o Futuro”, apela a uma reforma do sistema de justiça juvenil em todo o sistema para impulsionar alternativas ao encarceramento de jovens e integrar serviços de redução de riscos a saúde.

Acredito que estes estudos devam entrar também na discussão da diminuição da maioridade penal e pensar em que tipo de sistema prisional colocaremos estes jovens, já que o que vemos na televisão é um verdadeiro inferno na Terra e sem nenhuma condição de recuperação de uma pessoa.

Leia também: Pobreza e saúde da criança

Fonte: Pediatrics February 2017, VOLUME 139 / ISSUE 2

How Does Incarcerating Young People Affect Their Adult Health Outcomes?

Elizabeth S. Barnert, Rebecca Dudovitz, Bergen B. Nelson, Tumaini R. Coker, Christopher Biely, Ning Li, Paul J. Chung

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 9 de outubro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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