PESQUISAR
Em 28 de julho é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2010, para estimular a prevenção e a testagem para diagnóstico precoce. No Brasil, de 1999 a 2018, foram mais de 632 mil casos da doença. Depois da tuberculose, as hepatites virais são a segunda maior causa de morte entre as doenças infecciosas.
Atualmente, são conhecidos os vírus A, B, C, D e E. Porém, o mais comum em crianças é o tipo A. Dos casos acumulados de hepatite A no país, aqueles ocorridos em crianças de zero a 9 anos de idade, correspondem a 53,2% dos casos totais. Um número expressivo e que merece atenção. Por outro lado, a hepatite é evitável, tratável e em alguns casos pode ser curável.
De acordo com a gastroenterologista do Sabará Hospital Infantil, Dra. Cristiane Boé, a principal forma de transmissão do vírus A ocorre pela via fecal-oral, ou seja, com o contato das fezes com a boca, mas há outros meios de contaminação. “O tipo A também pode ser transmitido por meio de alimentos, água sem tratamento e pode estar presente em lugares com baixos níveis de saneamento básico. Há outras formas de transmissão, como o contato próximo e sexual, mas são menos frequentes”, explica. Já os tipos B e C podem ser transmitidos para as crianças pela via vertical, ou seja, da mãe contaminada para o feto.
Os sintomas podem variar de acordo com o tipo de hepatite. A gastroenterologista explica que a hepatite A em crianças, geralmente, é assintomática, mas pode apresentar sintomas como quadros de vômitos e diarreia, sem icterícia, ou seja, sem o “amarelão” na pele.
Por isso, os exames são fundamentais para levar ao diagnóstico. Por meio de um simples exame de sangue já é possível identificar os tipos mais comuns de hepatites virais. Em geral, são realizados testes sorológicos, os quais identificam a presença de anticorpos no sangue do paciente contra aquele determinado vírus, e assim confirmam a infecção.
“Já a hepatite B pode ter uma evolução muito variável. Pode ser também assintomática, principalmente em crianças de baixa idade ou pode apresentar náuseas, vômitos, cansaço, icterícia, tontura, febre e até chegar à hepatite fulminante”, alerta Cristiane. O vírus C é pouco frequente em crianças e, por isso, os dados são escassos. A maioria dos casos adquiridos na infância são assintomáticos, porém de 4 a 6% podem evoluir com cirrose e insuficiência hepática.
No caso da hepatite A, não há nenhum tratamento específico. Em geral, são utilizados medicamentos, que não sejam tóxicos ao fígado, para aliviar os sintomas de vômitos e diarreia. “No caso da hepatite B, o tratamento pode ser realizado com drogas antivirais, por exemplo, o interferon alfa, lamivudina e adefovir. A hepatite C também pode ser tratada com antivirais, como o interferon peguilado e a ribavirina, por exemplo”, explica Dra. Cristiane.
A médica explica que nos casos de hepatite A, a maioria das crianças evolui para a cura. Por outro lado, os tipos B e C merecem atenção. A infecção pelo vírus B é a maior causa de doença hepática aguda e crônica que pode levar a morte. “A hepatite B adquirida no período neonatal pode tornar-se crônica em até 90% dos casos e, quando adquirida precocemente na infância, em até 30% dos casos. Durante o pré-natal, a doença pode ser diagnosticada na gestante, e com isso, reduzir o risco de transmissão em até 90% dos casos para o recém-nascido com a realização de imunoglobulina e vacina”.
Em casos da hepatite C, entre as crianças infectadas no parto 25 a 40% não manifestam o vírus até 2 anos de idade. Entre 6 a 12% podem apresentar a infecção na fase adulta. Porém, com os atuais tratamentos disponíveis é possível a cura do vírus.
A principal forma de prevenção altamente eficaz e segura é a vacinação. Atualmente, há vacinas contra o tipo A e B disponíveis no SUS. Outras medidas de prevenção para a hepatite A estão em estimular os bons hábitos de higiene: lavagem das mãos, higienização de alimentos, saneamento básico, ingestão de água tratada, entre outros.
Abaixo, algumas orientações listadas pelo Ministério da Saúde para prevenção da hepatite A:
No caso da hepatite B, outras formas de prevenção incluem não compartilhamento de seringas, objetos cortantes, como giletes, alicates de cutícula em manicures, colocação de piercings, agulhas utilizadas para fazer tatuagem, etc. As mesmas orientações valem para prevenção da hepatite C, porém para esta, ainda não há vacina disponível.
Referências:
mensagem enviada
DESEIJO QUE ESTA ATUAÇÃO NAO SE TRANFORME EM PANDEMIA ESTOU ENVIANDO ESTA MENSAGEM PARA O UNIVERSO