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Desde 2013, o Instituto PENSI realiza pesquisas em pediatria por meio de seus núcleos estratégicos, tendo já recebido cerca de 300 projetos. “Nós caminhamos numa crescente, com um aumento no número e na diversidade das propostas ao longo dos anos”, afirma Fernanda Lima, gerente de pesquisa do PENSI.
Os estudos são divididos por temas específicos, sendo eles: Nutrologia e Metabolismo, Imunodeficiências, Doenças Respiratórias e Alérgicas, Doenças Infecciosas e Imunizações, Neurodesenvolvimento e Primeira Infância, Autismo, Cardiopediatria, Medicina Intensiva Pediátrica e Georeferenciamento em Saúde Infantil.
Dentre esses temas, dois projetos que estão em andamento são destacados a seguir – um é voltado para a área de inovação, enquanto o outro é de neurodesenvolvimento e tem caráter social. Ambos são exemplos de como o PENSI busca gerar e compartilhar conhecimento médico e científico, tornando-se um centro de referência em saúde infantil.
TytoCare
Em Inovação, está em andamento um estudo sobre o uso do dispositivo móvel TytoCare, que já é utilizado no monitoramento remoto de doentes crônicos nos Estados Unidos. “Esse equipamento realiza o exame físico por meio da telemedicina. É uma parceria que inclui o Sabará Hospital Infantil e o Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR)”, conta Fernanda.
Segundo a pesquisadora, cerca de 150 participantes estão envolvidos no projeto, que pode vir a se tornar um aliado no acompanhamento dos pacientes com Covid-19. “É um dispositivo que pode ajudar no monitoramento dos sintomas, evitando que a pessoa saia de casa para ir ao pronto-atendimento – correndo o risco de infectar os demais -, sem perder a tranquilidade e o acompanhamento médico”, completa.
A pesquisa, segundo Fernanda, deve ser finalizada entre o final de setembro e início de outubro. Veja este texto para saber mais sobre como a ferramenta TytoCare funciona.
Acolhimento de crianças
Já entre os projetos de Neurodesenvolvimento, o Instituto PENSI vem realizando – em parceria com a Universidade de Harvard (EUA) – uma proposta voltada para o acolhimento de crianças na primeira infância, com o objetivo de “avaliar ou propor soluções em políticas públicas”, explica Fernanda Lima. “Esse estudo avalia três grupos diferentes de crianças: as que moram com os pais, outras que são institucionalizadas, ou seja, moram em abrigos, e um terceiro grupo que vive com famílias acolhedoras.”
De acordo com Fernanda, a família acolhedora se propõe a cuidar de uma criança entre 0 e 3 anos de idade, por um período temporário, de 1 a 2 anos. Esses cuidadores recebem um treinamento próprio e o intuito é melhorar a qualidade de vida dos pequenos ainda na primeira infância.
“Esse projeto começou há 20 anos na Romênia, e foi visto que a intervenção de uma família acolhedora no início da infância pode mudar a vida dessa criança por completo. A primeira infância é o momento em que você está modelando a pessoa. E atuar nesse período pode ajudar a trazer benefícios futuros”, conta.
A pesquisadora afirma que a proposta do projeto prevê a implementação mais ativa no Brasil, onde o número de crianças acolhidas por famílias ainda é pequeno. “Essas crianças que iniciaram o estudo na Romênia, há 20 anos, são acompanhadas até hoje, e tiveram um desfecho muito interessante.”
Para Fernanda, o objetivo da pesquisa é proporcionar uma infância mais feliz para que essas crianças tenham um futuro melhor. “E, quem sabe, possamos mudar o modelo do Brasil em relação à adoção e ao acolhimento das crianças”, completa.
Atualmente, o programa está em fase regulatória e contratual, e deve começar entre o final deste ano e o início do ano que vem. “Esse estudo precisa da aprovação do STF (Supremo Tribunal Federal) e das organizações participantes. Então, estamos no momento de alinhar todas as parcerias para que tudo comece da melhor forma.”
Para saber mais sobre nossos projetos, estudos e publicações, visite a área de pesquisa em nosso site.